João Milliet: “Tocar com ídolos e amigos queridos não tem preço!”

Post feito por Reynaldo Trombini
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“Tocar com ídolos e amigos queridos não tem preço!”

Heavy Metal Online – Para começar fale um pouco da sua experiência com produção musical e passagens por outras bandas como Gloria, Pagan John e LunaBlu. Como se deu sua entrada no mundo da música?

João Milliet – Primeiramente, queria agradecer vocês pelo espaço! É um grande prazer contar um pouco dessa história. Eu venho de uma família musical. Minha mãe era flautista, meu pai violonista e teve estúdio de publicidade por muito tempo. Sempre que podia, eu acompanhava meu pai no estúdio, observando, com vontade de participar.

Cantei em jingles, discos infantis, fiz umas locuções, mas minha entrada mesmo no mundo da música aconteceu quando descobri a guitarra.

Tinha uns 12 anos, estava em uma loja de instrumentos com meu pai e queria comprar uma mesa de som para fazer festas, mas quando ví uma Strato da Squier jogada ali no canto da loja, peguei pra “tocar”, achei aquilo muito mais legal, e decidi que queria aprender a tocar.

Quando tinha uns 15, conheci o Kiko Loureiro, e fui estudar com ele. Dalí em diante, passei a estudar infinitas horas por dia. A segunda etapa no mundo da música veio quando ingressei no curso de composição na Faculdade Santa Marcelina. Lá eu conheci o Bruno Ladislau (de quem virei um grande amigo, e que tem total parte no fato de eu estar hoje tocando com o André) e também o caro professor Eduardo Avellar (tonmeister, engenheiro de gravação de música erudita), que é um gênio do audio, também um grande amigo, e que me ensinou os fundamentos de gravação, mixagem, produção. De lá, fui para o mundo da produção e mixagem.

João Milliet (à direita) com a banda Andre Matos

“Estava bem nervoso no primeiro ensaio, mas o pessoal logo me deixou à vontade”

E por um acaso, gravando um amigo, conheci o meu atual sócio, Rique Azevedo (produtor, compositor, guitarrista), e logo formamos a Cada Instante Produções. Nosso primeiro disco juntos já tinha uma responsabilidade grande: Matheus Herriez, logo após o término do Br’oz (boyband pop).

Em seguida, o LunaBlu, que foi meu primeiro contato sério com o mundo de bandas. Eu conhecia a Valentina (cantora) desde uns 4 anos de idade. Havíamos perdido contato, e, através do Gustavo Pagan (atual cantor da Pagan John), o retomamos, e, sabendo que ela estava cantando resolvi chamá-la para montar uma banda, junto com o Thomas Henne (bateria), embora quem tenha gravado os primeiros sons tenha sido o Eloy Casagrande (baterista/Sepultura).

Foi um tempo bem maluco, a gente mal lançou 3 sons, e nosso myspace literalmente bombou. Alguns meses depois a entestava assinado com empresários importantes e com a Universal Music. Muitas coisas boas e ruins rolaram naquela época, mas aprendi muito com tudo aquilo, e me trouxe muito reconhecimento no meio de produção e mixagem.

Tanto foi que fui chamado pelo pessoal do Gloria, por indicação do Eloy (e também por estar no meio, conhecia o pessoal das antigas festas da MTV), para produzir o (Re)Nascido. O disco teve 200.000 downloads em uma semana, e dali em diante, ganhei um espaço consolidado em meio aos produtores e bandas, indicação a Grammy Latino e tudo mais. Pouco tempo depois veio o convite para tocar com eles. É uma galera muito do bem, muito talentosa, e ir para a estrada com o Gloria é fenomenal!

E por último veio a Pagan John, um projeto que iniciei junto ao Gustavo Pagan, e que hoje conta também com o Leo Wicthoff e o Maurício Souza, para dar vazão ao lado mais folk/pop do nosso gosto musical.  Eu e o Gustavo estávamos compondo semanalmente, quando pintou a oportunidade de fazer um curso de mixagem com o Manny Marroquin (John Mayer, Imagine Dragons, Beyonce, Alicia Keys, Bruno Mars). Levei o disco do Gloria para mostrar lá, e uma sessão de gravação da música Black To Grey.

Quando a música terminou de tocar, o Manny começou a bater palmas, e junto veio a classe toda. Isso me deixou muito determinado a dar seguimento no projeto. Alguns meses depois, estávamos gravando bateria e baixo nos Estados Unidos com o Victor indrizzo (Alanis, Colbie Caillat, Chris Daughtry), e Jonathan Aharens (Glee, Jason Mraz). De lá pra cá, tenho seguido com esses projetos. Sempre curti muito o lance de trabalhar muitos estilos diferentes, tanto como mixer e produtor, quanto como músico.

Heavy Metal Online – No inicio de 2015 você foi anunciado como novo guitarrista da banda Andre Matos, após a saída do consagrado músico André Hernandes. Conte-nos com detalhes como surgiu essa oportunidade e como foram os primeiros contatos para esse anúncio.

João Milliet – Como disse, sou amigo do Bruno Ladislau faz um bom tempo, e ele que me resgatou aqui para voltar aos palcos tocando guitarra no metal! Ele fez a indicação quando o André estava procurando um novo guitarra. Fiquei muito entusiasmado com a possibilidade e passei 20 dias seguidos estudando o repertório!

Confesso que estava bem nervoso no primeiro ensaio, mas o pessoal logo me deixou à vontade. Fiquei muito feliz quando soube que eu iria fazer parte da banda. Falando como fã do André, é incrível tocar com um ídolo seu! Um fato interessante é que o Rodrigo Silveira (hoje baterista da banda) trabalhava como produtor técnico do LunaBlu, então também o conhecia de longa data.

“Quero muito agradecer o apoio da galera e o carinho com que me tem recebido”

Heavy Metal Online – O que representa para você estar no line-up de uma das principais bandas do Metal brasileiro, uma vez que você já possui vasta experiência no ramo musical, seja no palco ou com produção?

João Milliet – Representa uma realização pessoal. Tocar com ídolos seus (André e Hugo), e com amigos queridos não tem preço. Ainda mais quando se trata de um som de qualidade e bom gosto. É uma oportunidade de ouro.

Heavy Metal Online – Musicalmente falando, quais das suas características se enquadram de forma destacada na sonoridade atual da banda Andre Matos? Há proposito, qual você imagina ter sido o fator preponderante para a sua efetivação na banda, tecnicamente falando?

João Milliet – Acho que existe uma soma de fatores. Hoje, o músico tem que ser versátil. Creio que fora o estudo técnico do instrumento e conhecimento musical, ter experiência de palco em grandes festivais ou em pequenas estruturas, ter a autonomia de saber produzir e gravar, e conhecer como funciona o meio. Tudo isso conta!

Heavy Metal Online – Você ingressou em uma banda com grande legião de fãs, muitos que acompanham Andre Matos desde os seus primórdios no Metal. Como tem sido o retorno dessa galera, tanto pela internet ou até mesmo na estrada?

João Milliet – Sensacional! Tanto os que já me conheciam, quanto os que não. Gosto de ir conhecendo o público de pouco em pouco, sem forçar a barra. Ir dando atenção sempre que possível, querendo saber o feedback de quem segue e curte o trabalho do André a tanto tempo! E claro, sempre dar o meu melhor, porque o público merece sempre o melhor de nós!

Heavy Metal Online – Para finalizar, deixe um recado para os fãs da banda e aproveite para nos falar seus planos para o futuro e o que os fãs podem esperar do João Milliet junto da banda Andre Matos. Tem novo disco chegando?

João Milliet – Muitas novidades a rolar! Em breve divulgaremos. Mal posso esperar para dar minha contribuição musical, na guitarra, e na produção. Espero que o pessoal curta as novidades.

Quero muito agradecer o apoio da galera e o carinho com que me tem recebido: a banda e o público. Tem sido uma experiência maravilhosa! Aprender e criar. Contribuir e trabalhar. Um grande abraço a todos.

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