Heavy Metal e outros estilos: uma junção de polêmica interminável. Qual sua opinião?

A ‘dobradinha’ entre o guitarrista Andreas Kisser e a cantora Sandy, na Rede Globo, rendeu diversos comentários por parte dos fãs.

Era tudo para ser apenas mais uma aparição de músicos consagrados em um canal de TV aberta… Mas a repercussão ganhou maiores proporções quando de um lado da tela, e do palco, estava o guitarrista de Metal Andreas Kisser (Sepultura) e do outro lado a cantora pop Sandy. O encontro aconteceu no programa Adnight, dia 10/11, na Rede Globo. Clique aqui e assista.

O resultado? Uma ‘dobradinha’ que dividiu opiniões sobre a inserção do “Metal” e seus músicos em parcerias cada vez mais comuns com outros estilos musicais distintos e pouco admirados por boa parte dos fãs e adeptos da música pesada. Não é preciso voltar muito no tempo para lembrar que, o próprio Sepultura, juntamente com o Angra, outro ícone do Heavy Metal brasileiro, se uniu ao músico Carlinhos Brow em cima de um trio elétrico no carnaval baiano, neste ano mesmo.

O Heavy Metal Online ouviu músicos, jornalistas e pessoas ligadas ao cenário nacional para saber: “Como vocês avaliam essa mistura/popularização do Heavy Metal e seus músicos com outros estilos?”. Acompanhe e responda nossa enquete, no final da matéria!


Vitão Bonesso – produtor e apresentador do programa Backstage

“Eu acho no mínimo estranho, porém, cada um sabe muito bem qual destino quer dar para sua carreira. Se alguns acham legal, ok. Mas aguentem as consequências. Não acredito que no caso do Andreas ele venha deixar de se dedicar ao Metal para ser um novo astro do sertanejo. Por outro lado, os fãs tem direito de opinar a respeito de certas aventuras. Acredito que se preservar de certas coisas é necessário, pois excesso de exposição pode ser prejudicial também.”


Daniel Seabra – Jornalista e apresentador do programa Rock Master

“São estilos completamente diferentes, mas não acho nada de outro planeta. A música está cada vez mais globalizada. O Sepultura vai continuar fazendo o que sempre fez, muita gente inclusive já diz que o Sepultura não é mais o mesmo e que mudou muito do primeiro disco até hoje.

Não é só o Rock que está tão globalizado assim, se você pegar tem música eletrônica, que está invadindo. Carnaval com música eletrônica é um exemplo. Os artistas estão todos interagindo, porque para eles é bom. Alguns vão dizer que ele é o traidor do movimento, mas não vejo assim!”


Thiago Bianchi – produtor, vocalista Noturnall

“Vejo com bons olhos! Eu sou suspeito para falar, afinal, minha mãe é cantora de MPB e lançou Caetano Veloso. Também fez participação comigo na música ‘Woman in Chains’, tanto no Rock in Rio como em clipe e foi muito bem recebido pela mídia, inclusive, sendo destaque no Jornal da Globo, uma mídia que não tínhamos alcançado antes.

Eu sou fã do Andreas e acho que ele é o maior embaixador do Metal no Brasil e o Sepultura a maior banda de Metal do Brasil. Não tem como não aplaudir. Os mais ‘xiitas’ vão dizer que não se misturam, mas o Metal é um som para ser celebrado pelo seu jeito de ser mudado. Você pode somar o Heavy Metal a quase tudo e fica legal!

Temos o Malmsteen com música clássica, o Angra e Sepultura com música brasileira, o Tuatha de Danann com música irlandesa e tudo mais. Acontece que nesse caso no Brasil quando se mistura com artistas que são pouco celebrados pela nossa cena algumas pessoas tendem a torcer o nariz. Acho isso uma besteira, quanto mais o Heavy Metal viajar pelas ondas de rádio e TV mais ele será conhecido.

O Andreas, o Sepultura, o Angra, a Noturnall, o Shaman e tantos outros são viajantes que levam o Heavy Metal debaixo do braço, distribuindo a palavra pelo mundo. Gostaria que as pessoas pudessem abrir as suas mentes, pois situações como esta trazem muito prestígio ao Heavy Metal. Sou fã do Heavy Metal com qualquer tipo de mistura!”


Amilcar – baterista Torture Squad

“Não vejo problema nisso, em ver o Andreas, que é um cara do Heavy Metal, tocar com outros músicos de estilos diferentes. Acima de tudo eu vejo músico de estilos diferentes se juntando artisticamente para fazer algo. Tem músico que gosta e músico que não gosta, vai de cada um. Cada um faz o que acha melhor.

O Andreas gosta de juntar mundos na música, acho isso legal. Naturalmente um outro ponto interessante é que, como o Andreas representa o Heavy Metal, não é que vá popularizar o  estilo passando na Globo. O lance é mostrar naturalmente que o Heavy Metal é feito para pessoas do bem, com bons músicos e atitude. Se isso vai popularizar ou trazer pessoas para curtir Heavy Metal é outra história. Estão mostrando que o Metal é feito de bons músicos e boas pessoas!”


Casito – vocalista e baixista Witchhammer

“Essa questão me parece ser mais notável quando acontece no mainstream, mundo do qual não faço parte. No underground também acontece coisa parecida, mas não se tem muita notícia, como deve ser, aliás. Essa ‘fofocaiada’ e ‘blá blá blá’ é coisa de revista Contigo. Isso é bom para o mainstream. Marketing. Vaidade. Business.

Respeito as estratégias que qualquer um use para se promover, tanto quanto para ser feliz e se sentir realizado com sua obra e sua vida em geral. Cada um na sua! Hoje sou mais velho e mais relax, já fui tenso demais. O Rafael, do Angra, disse que “sempre quis fazer” e que “a cultura baiana influenciou o Angra”, então, o que tem de errado?

É parte da vida do cara, da música dele, oras! Por outro lado, se parecer haver alguma coisa escrota em alguma parceria dessas por aí, se você, banger, sentir um cheirinho de algo à lá Bayer-Monsanto no mundo musical que é relevante para você, reclame mesmo, participe e converse com seu artista. Questione!”


Relembre outras dobradinhas do Heavy Metal com outros estilos:

Thiago Bianchi e sua mãe, Maria Odette, no Rock in Rio 2015:


Angra, em parceria com Carlinhos Brow, no carnaval de Salvador/BA:


Sepultura, em parceria com Zé Ramalho, no Rock in Rio 2013:


Qual a sua opinião sobre a junção do Heavy Metal com outros estilos musicais como o Pop e MPB, por exemplo?

Obrigado pela participação!