Se existe uma tour que causou alvoroço nos headbangers no segundo semestre de 2018, esta tour é a ‘The Butchers Are Back – Latin Attack 2018’, que trouxe para o Brasil um dos grandes ícones da história do Thrash Metal mundial: ninguém menos que o Destruction!
Os alemães pisaram em solo brasileiro para divulgar seu novo trabalho, “Thrash Anthens II”, que traz regravações dos clássicos “Sentence Of Death” (EP, 1984), “Infernal Overkill” (1985), “Eternal Devastation” (1986), “Mad Butcher” (EP, 1987) e “Release From Agony” (1987). Na pauta shows em Limeira/SP, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Manaus e São Paulo.
Para o show em Belo Horizonte, ficou à cargo da banda Hell’s Punch abrir a festa, trazendo uma sonoridade também dedicada puramente ao Thrash Metal!
Hell’s Punch: “Line-up de respeito e influenciado por medalhões”
O Hell’s Punch, por si só, já é uma banda de respeito, pois carrega em seu line-up nomes como Sérgio Ferreira (vocal e guitarra/ex-Overdose), Márcio Barros (guitarra/ex-Sextrash), Wesley Ribeiro (baixo/ex-Drowned/Hammurabi) e Vinicius Diniz (bateria) – este último substituindo o titular André Bastos.
Toda essa experiência resultou no poderoso “Burn it Down”, álbum de estreia da banda. Logo, já podemos imaginar que o set-list da noite fosse rodeado de faixas deste registro. Dito e feito!
E foi com o público ainda adentrando as dependências da casa de shows Mister Rock – com atraso de 2 horas para abertura dos portões – que a banda disparou seu Thrash Metal em faixas como ‘Hate’, ‘War Starts Now’ e ‘Kill Your Politicians’, todas do full lenght de estreia que, digamos, foi bastante elogiado pela mídia especializada.
O vigor ao vivo e a boa técnica em seu instrumental foi vagarosamente ganhando a confiança de quem ainda não conhecia o trabalho dos caras. Para agitar tudo a banda emendou versões turbinadas dos clássicos ‘Angel of Death’ e ‘Reign in Blood’, do ícone Slayer, influência confessa da trupe! O resultado? Muita bateção de cabeça e agitação dos headbangers, boa parte já sedenta para ver o Destruction de perto!
Já em clima de final de festa e após algumas interações com a plateia, vieram ‘God Against God’ e ‘For ‘Whats Right’, dobradinha para trazer a cereja do bolo de um show honesto, furioso e com Metal ecoando pelos quatros cantos da casa, sem cessar!
Destruction: “Thrash Metal de impor respeito por onde passa!”
E foi em clima eufórico que Schmier (baixo e vocal), Mike Sifringer (guitarra) e Randy Black (bateria) subiram ao palco do Mister Rock. Daí para frente, com as cartas na mesa, veio uma tempestade de clássicos, afinal, a banda veio divulgar o segundo álbum com regravações de algumas de suas principais faixas, o já citado “Thrash Anthens II”.
Os saudosistas de plantão “piraram” com hinos como ‘Curse the Gods’, ‘Nailed to the Cross’ e ‘Dethroned’, dentre muitos outros. A qualidade da banda em cima do palco é inegável e faz de suas apresentações algo de extrema qualidade sonora.
Schmier é um frontman de respeito, com boa presença de palco, carisma, além de ser a voz “característica” do Destruction. Não foi à toa que o músico foi bastante idolatrado pelos fãs mineiros entre uma faixa e outra. ‘Release from Agony’, do disco homônimo, ganhou uma versão veloz e turbinada, enquanto ‘Eternal Ban’ e ‘Total Desaster’ esquentaram a plateia até o solo de Mike.
E se existe uma figura que respira Metal, essa figura é Mike. O cara detonou nas seis cordas durante todo o show e não deu tempo para respirar! Uma verdadeira máquina de riffs ao maior estilo old school!
Ainda falando da formação, recentemente a banda anunciou a entrada do baterista Randy Black (ex-Annihilator, ex-Primal Fear, etc), que completa o trio, ao lado das lendas, Schmier (baixo e vocal) e Mike (guitarra). O baterista cumpriu bem o seu papel e, claro, devido a grande experiência, tirou de letra os petardos antigos do Destruction.
Com o público na mão e sem sinais de cansaço, no meio de grandes clássicos veio ‘Holiday In Cambodia’, cover do Dead Kennedys, famosa banda de punk estadunidense. A faixa integra o track-list de “Thrash Anthens II” e foi um dos pontos altos da noite.
Nem o mais pessimista fã de Thrash Metal teria motivos para duvidar do poderio do Destruction em terras mineiras. O trio mostrou como se faz Thrash Metal e agregou a sua experiência com o amor pela música para proporcionar grandes momentos ao público de Belo Horizonte, escrevendo assim mais um capítulo histórico no berço do Metal brasileiro! Quem viu, viu!
Texto: Reynaldo Trombini
Fotos: Vinicius Caricatte