Summer Breeze Brasil: Primeira edição histórica aquece a ansiedade para a próxima edição no último fim de semana de abril de 2024

Texto: Filipe e Maria

Fotos: Leandro Cherutti e André Santos

O Summer Breeze Open Air é um dos festivais de rock e metal maiores e mais populares da Europa, atraindo milhares de fãs de todo o mundo todos os anos o festival acontece desde 1997 na cidade de Dinkelsbühl, na Baviera, Alemanha. Em 2023 esse grandioso festival pousou em terras tupiniquins, mais precisamente em Sao Paulo – Brasil, o Lugar escolhido para tal evento foi o Memorial da America Latina, na Barra Funda.

O festival é conhecido por sua atmosfera descontraída e amigável, e não foi diferente nestes dois dias que se passaram. Durante dois dias, os visitantes do Summer Breeze Open Air puderam desfrutar de uma variedade de bandas e da experiencia de um festival europeu, desde o metal mais pesado até o rock mais clássico, apresentados por mais de 100 bandas em quatro palcos diferentes.

Além da música ao vivo, o festival também oferece muitas outras atrações. No caso do Brasil tivemos uma edição especial da Horror Expo – Exposição dedicada ao terror em suas diversas mídias ,um mini Mercado Medieval além do Tattoo Rock Festival que distribuiu premiações aos artistas presentes. Não podemos deixar de citar mercados de alimentos e bebidas, merchandising e uma experiencia nova para os brasileiros que é o Meet & Greet – dando oportunidade para os fãs autografarem itens além de poder conversar com os artistas.

Por se tratar de um festival de imensa dimensão, a planta do festival foi divida em 2 partes, graças ao grande espaço plano do Memorial da América Latina que fica no meio cidade. O memorial é composto por vários edifícios e monumentos, como a Biblioteca Latino-Americana que para a ocasião cedeu seu espaço para a área da imprensa, o Auditório Simón Bolívar que cedeu seus espaço para o Palco “Waves” e seu Hall ficou para o Tattoo Rock Festival, o Pavilhão da Criatividade Darcy Ribeiro que ficou com o Mercado Medieval e a Horror Expo, e Galeria Marta Traba que cedeu seu espaço para o Lounge do evento. Nas áreas externas, a Praça da Sombra – area externa do Pavilhão de Criatividade, cedeu seu espaço para o Palco Sun e a Praça Cívica, – o maior espaço aberto do Memorial, recebeu os palcos Hot e Ice.

É conhecido que o memorial é dividido pela Av Mario de Andrade, por conta dessa divisão a organização tomou para uso a clássica passarela do Memorial para facilitar o acesso aos palcos e outras atrações, essa decisão dividiu opiniões, afinal o acesso ficava muito próximo ao palco Sun, e em momentos como a apresentação do Accept no dia 29 e as apresentações do Project46, Napalm Death e Stratovarius do dia 30 a transferencia de palcos se tornou algo quase impossível de ser feita. Ai vai a minha sincera sugestão para uma eventual volta do Summer Breeze ao Memorial: Colocar a área de pequenas atrações e alimentação na saída da passarela, assim, além de descongestionar o respiro entre os palcos se torna mais confortável.

PRIMEIRO DIA

O Summer Breeze Open Air estreou seu primeiro dia em um escaldante sol do dia 29 de Abril. Os portões se abriram as 10h30 da manhã, com a primeiras bandas e atividades se iniciando as 11h. No Hot Stage a banda Voodoo Kiss, já conhecida por tem como seu fundador, Achim Ostertag, fundador do “Summer Breeze Festival”, em Abtsgmünd, há mais de 20 anos. A banda trouxe um Setlist Tradicional, carrega um elemento que agrada aos velhos fãs de Metal,e trazendo o som do heavy Metal Alemão. Incrivelmente, a banda que tem cerca de 20 anos só foi lançar seu Debut oficialmente em 2022, e foi amplamente aceita pelo público presente na versão brasileira do festival.

Enquanto os donos do festival estavam tocando, no outro extremo do festival no Waves Stage tivemos a premier do segundo episódio do documentário sobre André Matos, dirigido por Anderson Bellini, vale ressaltar que muitos veículos de mídia e imprensa tiveram problemas neste primeiro dia quando o assunto era Waves Stage. Por ser um setor exclusivo”, foi somente durante o MMA Experience Trio que o erro da organização de barrar a imprensa fora corrigido. Em meio a muita correria, ao 12h os monstros do Benediction adentraram ao palco Ice, e com certeza o show desses monstros era um dos mais esperados do dia – Com o mais recente álbum em mãos, “Scriptures”, o grupo inglês Benediction, formado atualmente por Dave Ingram (vocal), Peter Rew e Darren ‘Daz’ Brookes (guitarras), Dan Bate (baixo, Monument, ex-Omicida) e Giovanni Durst (bateria, Monument, ex-White Wizzard), entregaram um show nostálgico, pesado e digno de monstros do death metal da década de 90. Além de canções do novo albúm os caras passaram por sucessos de álbuns como Transcend the Rubicon, Subconscious Terror e The Grand Leveller, por mais que seu setlist fosse curto, conseguiu aquecer mais ainda o público presente – que já estava cozido do calor. Vale ressaltar que Dave exala presença e animação, conversando com o público e arriscando até um português!

Com o fim da apresentação do Benediction, imediatamente no palco ao lado Marc Martel iniciou seu setlist dedicado ao Queen, trazendo a alma do pop/classic rock ao festival, neste ponto já era possível ver uma pequena multidão, afinal Queen é Queen, e Marc Martel conseguiu exalar a essência de Freddy Mercury em sua apresentação. Cantando sucessos como “Tie Your Mother Down”, “Hammer to Fall”, “Stone Cold Crazy”, “Radio Gaga” “Crazy Little Thing Called Love”, “I Want to Break Free”, “Bohemian Rhapsody” o clássico monstruoso “We Will Rock You” legada a “We Are The Champions”, Marc encerrou sua apresentação e fez desde os mais pequeninos até os mais antigos fãs de Rock cantarem junto.

Por volta de 13h15, do outro lado do Memorial, no palco Sun, o Crypta adentrava aos palcos, disputando quase o mesmo horário que Marc, o quarteto de Death Metal nacional subiu com sérios problemas de mesa. Tudo parecia “menos potente” e Fernanda demorou para notar a ausência de sua voz as caixas externas, mas mesmo com esse problema o público não se sentiu intimidado, agitando e esbanjando energia. Junto de Fernanda, Jéssica, Luana e Tainá, nós podemos comemorar a acessenção desse quarteto cada vez mais forte no Brasil e no Mundo. Ao final da apresentação Fernanda e banda foram direto ao inédito Meet & Greet e puderam assinar e sentir mais intensamente esse carinho dos fãs para esse grupo que já é consideravelmente respeitado no cenário mundial.

Logo em seguida ao fim do show do Crypta, as 14h15, o Viper sobe ao palco Ice, motivados por uma grande comemoração da vida e obra de André Matos, a banda trouxe consigo os membros do Shaman além de Rafael Bittencourt e Felipe Andreoli (ambos do Angra) para tocar canções que marcaram gerações pela voz de Andre Matos. Algumas observações não podem deixar de ser colocadas, o fato de Pit Passarel demonstrar exaustão e letargia em sua apresentação preocupa demais e afeta a imersão do público, mesmo com Leandro Caçoilo se esforçando ao máximo junto de Felipe Machado para manter a integridade das canções é difícil ver como Pit está cada vez menos capaz. Na apresentação do Shaman e do meio-Angra tivemos momentos em que o som ficava ligeiramente fora de compasso e a confusão de dois contrabaixos aliado ao volume alto dos graves no festival deixou certo numero de pessoas um pouco nauseadas. Mas mesmo com esses pequenos poréns o show não deixou de ser grandioso e de conquistar ovações. Alírio Netto mostrou impecável a ponto de brincar com o fato de Marc Martel ter cantado Queen, afinal Marc hoje faz parte do mesmo grupo que Alírio também foi vocal, o Queen Extravaganza.

Logo após o fim da apresentação em homenagem a André Matos no palco Ice, foi a vez de todos correrem para o palco principal, o Hot, para ver o Skid Row – outra das bandas mais esperadas do dia. O grupo fez um show impressionante, cheio de clássicos como “18 and Life”, South Gone Wild”, Slave to the Grand” e e músicas do seu novo álbum “The Gang’s All Here”.Liderado pelo vocalista Erik Grönwall ( ex- HEAT) vocal e banda esbanjaram carisma e potência, todas as canções estavam no seu tom original e Erik não demonstrou se intimidar com isso, causando espanto e impressionando a todos além de mostrar porque é considerado por muitos o melhor frontman de sua geração no hard rock. Ele ainda teve tempo de dizer que era sua primeira vez no Brasil e ainda soltou um “Eu te amo Brasil” além de um “Filhos da Puta” – um jeito rebelde de dizer que somos queridos. Risos.

Enquanto Skid Row brilhava no Palco Hot, o palco Sun recebeu o Lord of the Lost, a banda agitou a todos com seu Metal Industrial de performance e visual quase fetichista, cantando sucessos como “Loreley” e “Drag Me To Hell” o grupo que muitos ali pareciam não conhecer – e admito que eu também não conhecia até então… conquistou, com seu brilho especial, os ouvidos de todos, e se você é fã de Marlyn Manson e Rammstein, esses caras vão chamar a sua atenção e te farão bater cabeça e dançar insistentemente. Foi o que muitos presentes fizeram ali. Obviamente graças ao horário quase idêntico ao do headline Skin Row, o grupo não pode mostrar seu som para mais pessoas, mas mesmo assim podemos considerar que Lord of The Lost obteve êxito em sua performance.

Ao fim do show do Lord of The Lost, voltamos para mais um empasse – e infelizmente festivais são assim, você as vezes vai se deparar com duas bandas que você ama no mesmo horário, e aqui não aconteceram só uma vez, mas sim varias. No caso a disputa ficou entre Sepultura e Perturbator, enquanto o Sepultura ficou com o palco Ice as 16h20, o Perturbator ficou com o palco Sun as 16h45.

O Sepultura mostrou novamente o porque é consagrado, e cada mais seguro da sua “nova” fase. Tocaram sim faixas de álbuns clássicos da banda qual a formação atual só Paulo Xisto estava presente, e canções de seu ultimo álbum de inéditas – o Quadra, além de “Arise”, e Chaos AD. A abertura de “Isolation” já se tornou novo clássico e destruiu qualquer “torcer de narizes” de quem fosse. Mas devo admitir – eu fui correndo para ver Perturbator – afinal não é todo dia que fãs de Synth Wave são agraciados com tal presença, a dupla arrebatou um numeroso rebanho de pessoas, mesmo antes do festival acontecer já falavam que iriam para o Summer Breeze ver James Kent e Dylan (Hyard), essa afirmação se confirmou com o numero de pessoas presentes, o grupo tocou sucessos de álbuns como “Im’The Night”, “Sexualizer”, “Dangerous Days” e o ultimo “Lustful Sacraments” – a apresentação foi sucesso tanto que era possível ver rostos famosos que se apresentaram no festival apreciando os mesmos, e mostrou que o Perturbator deve voltar logo ao Brasil pra mais!

Ao fim do show do Perturbator no Palco Sun, e do Sepultura no palco Ice, o palco Hot recebeu o Lamb of God, outro headline do dia. Com show iniciado as 17h30, o grupo tocou Alto! Para muitos foi um dos melhores shows da data, era possível sentir a bateria vibrar dentro de nossos corpos durante todo set. A presença de palco e voz brutal de Randy Blythe, exalam energia, o Lamb of God trouxe repertório matador com diversas fases da carreira e também do seu ultimo trabalho, Omens. Fazendo com que aqueles que estavam cansados de estarem ali desde as 11h, acordarem para “segunda parte” do dia, e realmente a sensação foi como se o Lamb of God tivesse entrado para renovar as energias dos presentes, e fez com muito êxito.

Ao chegar do inicio da noite – por volta das 18h, mais uma daqueles momentos de empasse odiado pelos apreciadores de musica acontece, exatamente no mesmo horário tínhamos Stone Temple Pilots e Accept, uma duvida cruel para os fãs. Mas é possível dizer que enquanto o palco Sun ficou pequeno para o Accept, que destruiu tudo mostrando como se faz Heavy Metal. No palco Ice, o Stone Temple Pilots deixou o Memorial parecer microscópico. Enquanto STP apelou com canções clássicas como “Wicked Garden”, “Big Bang Baby”,”Plush”, e “Trippin’ on a Hole in a Paper Heart” – esta com direito até a descida de Jeff do palco para cantar e interagir com o público. O Show do Stone Temple Pilots foi enérgico e surpreendente, a ultima vez que a banda se apresentou no Brasil foi em 2019, e com a ansiedade e energia do público, parecia que havia décadas que a banda não pisava aqui – tamanha a euforia de todos. Enquanto isso, o Accept trouxe como motivador o álbum “Too Mean to Die”, mas obviamente não deixaram os clássicos de lado, tocando canções como “Restless and Wild”, “Midnight Mover”, “Losers and Winners”, a brutal “Fast As a Shark”, “Metal Heart”e “Balls To The Wall” além de seus novos clássicos como “Teutonic Terror” e “Pandemic” – o Encerramento ficou com “I’m Rebel”. A todo momento a imponência do som da banda e presença de palco de Wolf Hoffman e companhia só atestaram a majestade que é o Accept. Foi possível até ver os rostos conhecidos de bandas como Crypta, Lamb of God e Grave Digger misturados a plateia – tamanha é a legião de amigos e fãs que a banda carrega.

O encerramento da noite ficou por conta dos monstros do Blind Guardian no palco Hot, e logo depois no exclusivo Waves o Apocalyptica. A banda que encerrou as atividades do Hot Stage – Blind Guardian após longos oito anos volta em grande estilo ao Brasil, a proporção épica do show é indescritível. O público estava eufórico, afinal está seria uma das bandas mais esperadas do evento. O Blind Guardian foi recebido de braços erguidos e coros dos mais tradicionais headbangers. O frontman Hansi Kürsch chegou a vender o retorno da banda ao Brasil nos próximos anos – afinal ele sabe que seu setlist, mesmo que com 19 canções, for curto perto do que a banda tem para mostrar para o público brasileiro. A banda passou por faixas como “NightFall”,”Äshes to Ashes”,” In The Forest”e ‘The Hobbit”. Uma das experiências mais completas de todo festival até então.

Apesar de muitos terem ido embora após a apresentação do Guardião Cego, a banda que encerrou de vez o dia foi o Apocalyptica, diferente das demais bandas e palcos o apocalíptica pode aproveitar de um espaço organizado do auditório para criar um show imersivo de luzes e som, o grupo tocou canções instrumentais como “Ashes of The Modern World”, “Path” e aversões instrumentais com medley de Sepultura com “Chaos AD”, “Arise”, “Refute Resist” e “Territory” em meio ao seu repertório. Além de canções e versões instrumentais, o grupo também executou “I’m Not Jesus” – canção com participação de Corey Taylor, mas para o festival o representante foi Frank Perez, para a segunda canção tivemos uma participação surpresa de Simone Simons para “Rise Again” algo inédito até então mesmo na turnê do Apocalyptica pela America Latina. Essa surpresa colocou a performance do Apocalyptica em um patamar absurdo! E fazendo desta noite, inesquecível.

SEGUNDO DIA

Bom, estamos de volta para mais uma bateria de shows desse festival que, com certeza, obteve sucesso em modificar os padrões de festivais brasileiros – o Summer Breeze é o primeiro a oferecer experiência de Meet & Greet ao público simultaneamente as apresentações, algo nunca antes visto no Brasil – porém muito comum em festivais Europeus.

Neste segundo dia de Summer Breeze Brasil, já começamos com uma banda de peso, o Krisiun. A Banda abriu os trabalhos do palco Hot, Alex, Moyses e Max esquentaram o público de forma surpreendente e mais uma vez colocaram a Fabre dos fãs a prova, afinal neste dia “mais extremo” do festival, começar com um setlist matador que começou com “Swords Into Flesh” do mais recente trabalho do trio, o Mortem Sollis de 2022, passando por “Scourge of the Enthroned” faixa titulo do álbum anterior de mesmo nome, e clássicos como “Combustion Inferno” do álbum “Southern Storm” de 2008, “Blood of Lions” do monstruoso Great Execution de 2011 entre outros trabalhos, o Cover de “Ace of Spades” também já conhecido pelo público ajudou a completar a destruição total em plena manhã do dia 30 de Abril.

Enquanto Krisiun destruiu tudo no palco Hot, o palco Sun recebeu o Velvet Chain, mesclando referências do hard rock e rock alternativo, o grupo que surgiu em 2018, e teve os holofotes apontados em 2022, com o álbum Icarus, mostrou ao Brasil que sabe o que está fazendo, o quinteto formado por Nils Goldschmidt no contra-baixo e, o vocalista Ro Viper, ambos chilenos, e os irmãos guitarristas brasileiros Laurent Cassiano e Larry Cassiano, além do baterista norte-americano Jason Hope, exibiram maestria e segurança na apresentação, infelizmente naquele momento o público era pouco volumoso, mais isso nao abalou a performance dos caras. Enquanto no palco Hot já conseguimos contar algumas centenas de pessoas o Sun ainda estava em menor contingente. Mas devo admitir que foi uma boa estreia para o Velvet Chains no Brasil!

Na sequência, em pleno sol do Meio-Dia o Palco Ice recebeu o Grave Digger. A banda alemã mostrou todo seu poder, em turnê divulgando seu mais recente álbum, “Symbol of Eternity”, o grupo também não deixou de lado os clássicos. O grupo, formado atualmente por Chris Boltendahl (vocal), Axel Ritt (guitarra), Jens Becker (baixo e teclados) e Marcus Kniep (bateria) iniciou o show com “Lawbreaker” do albúm de 2017, Healed by Metal, e na sequência, foi a vez da excelente canção “Hell Is My Purgatory”, a qual foi single do disco “Symbol Of Eternity”, lançado no ano passado. O Palco Ice estava já plenamente cheio para ver essas lendas e com certeza teve seus problemas técnicos, principalmente com o audio dos vocalistas, que ocorreram algumas vezes durante o festival, mas nada que tirasse o mérito do festival ou da banda em execusão. “Dia de los Muertos” do “Return of the Reaper” deu continidade ao set list, seguida de “The House” do “The Grave Digger”. Foi somente na sexta faixa que o grupo evocou uma de suas clássicas, a “The Dark Sun” do Album Nunes of War de 1996. Além desta, outra canção do albúm foi evocada, a clássica “Rebellion (The Clans Are Marching)”, sendo a penúltima do Setlist. Mas antes dela tivemos “Excalibur” faixa que dá nome ao álbum de 1999, outro clássico do grupo. Grave DIgger parecia não estar dando a mínima para o horário, com um setlist violentamente excitante o grupo encerrou com o petardo de seu primeiro albúm, a faixa “Heavy Metal Breakdown” que colocou a pá de cal e deixou o público que já estava em transe hipnótico, ainda mais extasiado.

Já do outro lado, no palco Sun, o Project 49 arrastou outra multidão. Os Veteranos do underground de São Paulo, fazem um metalcore com toques de death metal, um som moderno e muito influente. Eram 12h30, e mesmo dividindo a atenção do público com o Grave Digger, o Project 46 conseguiu reunir e animar o palco Sun de forma intensa. Para todo lado tinha gente batendo cabeça e até Wall of Death. O grupo tocou faixas do álbum Tr3s de 2018, Doa a Quem Doer de 2011 e Que Seja Feita a Nossa Vontade de 2014. Encerrando com a faixa “Acorda Pra Vida” do album de 2011. Era muito interessante ver o público que ilustrou a apresentação do Project 46, Fernanda Lira, vocalista da Crypta estava a todo momento no Pit em frente vendo o grupo, além é claro de outros astros que se apresentaram no festival.

Enquanto as coisas ferviam nos palcos Sun e no Hot, as 12h40, o exclusivo palco/ teatro Waves recebeu o Bittencourt Project, que executava seu rock fundindo com a música brasileira, música clássica e outros estilos. Raffael mostrou outro lado do seu som, muito diferente do Angra, misturou elementos e ritmos Brasileiros aliados ao Rock, faixas excêntricas como “Delicate My Soul” e “Torment of Fate” estavam presentes. Bittencourt finalizou com a um inusitado meshup de “Menino da Porteira” de Sergio Reis e “War Pigs” do Black Sabbath, com a presença do ilustre Lucas Lima – da Família Lima a banda surpreendendo os presentes tamanha qualidade musical apresentada.

Voltando para o lado de fora, mais precisamente no palco Hot, as 13h o novo clássico do Hard Rock – o H.E.A.T, assumiu a vez. O quinteto de hard rock melódico da Suécia, foi como uma bomba de energia. Com Hits que fizeram o público agitar e cantar, com canções como “Back to the Rhythm” e “Beg Beg Beg”,esta que serviu de emenda para interação de Leckermo com o público. Não houve como não se excitar com o groove de “Rock Your Body”, e a melódica “Dangerous Ground”, o turbilhão que “Living on the Run” causou nåo pode ser descrito! Até na derradeira “A Shot at Redemption” era possível ver fãs dançando e gritando de tamanha excitação. O vocalista Kenny Leckremo que voltara à formação após a saída de Erik Grönwall que se apresentou com Skid Row no dia anterior, chegou inclusive a dizer” “Eu ficaria aqui o dia todo se deixassem” – Encantado pela excelente recepção do público. A Apresentação da banda chegou ao fim as 14h05, e logo em seguida as 14h10, o Bury Tomorrow, tomova o palco vizinho, o Ice.

A disputa de público entre Bury Tomorrow e Finntroll foi outro embate, enquanto o Finntroll, banda de Blackened Folk Metal da Finlândia, iniciava os trabalhos no palco Sun as 14h30, o grupo Inglês de Metalcore formado em 2006, já colocava a todos para destruição vinte minutos antes. O Setlist do Bury Tomorrow tinha peso e brutalidade, iniciando com seu ultimo trabalho a monstruosa “Boltcutter” do álbum The Seventh Sun de 2023, que nesta apresentação foi o foco do grupo, apresentando mais 2 canções como “Abandon Us” e “Begin Again”. O grupo já conseguiu abrir uma roda logo na primeira cançåo! O vocalista principal, Daniel Winter-Bater, responsável pelos Guturais, dividia a presença Tom Prendergast, que além de tocar teclado e percussão também divide os vocais nas partes melódicas das canções. O grupo, além de tocarem músicas de trabalhos anteriores como do álbum Black Flame de 2018 sendo duas “The Age” e a Faixa que da nome ao álbum, “Earthbound” álbum homônimo de 2016, LIFE um single lançado em 2022, “Choke” e “Cannibal” do álbum de 2020 e DEATH que também é um single de 2022. O Calor castigava o público que ficou dividido entre a banda e a próxima atração, o Kreator. Mas isso não diminuiu o ânimo dos fãs em frente ao Palco Ice, Daniel ordenou o tempo todo agitação e pulou junto ao público. Para os fãs do gênero, garanto que foi um show de excelência! Aos fãs ficou a promessa de voltar!

Enquanto tudo isso acontecia, no auditório do Memorial da América Latina, Palco Waves, o festival trouxe pela primeira vez o grupo lendário de Hard Rock Feminino, o Vixen, que apesar dos problemas que atrasaram o show em cerca de 40 minutos , o grupo trouxe muita energia com os clássicos da banda. O Vixen apresentou sua formação a frontman Lorraine Lewis que assumiu o grupo em 2019, Julia Lage a nova baixista brasileira que é um exemplo no cenário da musica nacional, Britt Lightning e Roxy Petrucci a única remanescente da formação original, que enquanto passavam o som ao lado dos técnicos interagia com os fãs presentes. Felizmente, o atraso serviu para a possibilidade da chegada de mais pessoas ao auditório, que estava quase cheio quando o show finalmente começou.

Com um repertório de clássicos que vao de “Rock Me” a “Love Made Me”, o Vixen e fez a alegria dos presentes, que cantavam todas as músicas perto do palco. Com uma performance enérgica e eletrizante, com carisma e vitalidade invejáveis o grupo conseguiu deixar marcado essa sua primeira vinda. Com setlist contendo canções como “Rev It Up”, “Waiting for the Big One” e “Falling in and Out of Love” ambas do Femme Fatale, “How Much Love”, “Cruisin” entre outras. Podemos citar dois grandes momentos da apresentaçåo, o pot-pourri musical com “Running With The Devil” do Van Halen e “I Want You Rock Me” , “War Pigs” do Black Sabbath e “Still of The Night” do Whitesnake além de um solo de Jimi Hendrix em “All Along The Watchtower” caindo novamente na canção “Rock Me” e a derradeira com o seu maior sucesso “Edge of a Broken Heart”, foram talvez os momentos mais intensos de troca de energia de público e banda.

Esse momento de brincadeira da banda foi algo fenomenal e só mostrou a qualidade dos músicos presentes!Seja individualmente ou nos momentos mais coreografados do show, as artistas brilham simplesmente, foi como estar em 1980 novamente. Além do pot-pourri e da derradeira “Edge of a Broken Heart”, o grupo também tocou canções como “Streets in Paradise”, “Love Made Me”, “Hell Raisers”. Tudo isso com certeza ficará marcado na memória do festival, dos fãs e da carreira do Vixen.

Enquanto os palcos Waves e Ice estavam fervendo com Vixen e Bury Tomorrow, o Fintroll entregava tudo no palco Sun, a banda finlandesa surpreendia fãs conhecidos e conquistava novos. O grupo veio pela terceira vez no Brasil, e todas as vezes que vem é uma experiencia magnifica, remetendo ao movimento Extremo que ascendeu nos anos 90, existe uma similaridade com bandas como Dimmu Borgir e a Aephanemer que carregam esses elementos mais melódicos e regionais em seu som, abusando de instrumentos típicos. Abrindo com “Att Döda Med En Sten” do seu ultimo trabalho Vredesvävd de 2020, além dessa outras canções foram evocadas como “Ormfolk” e “Ylaren” que carrega gaitas de fole em sua introdução inconfundível.

Além do novo álbum novo , outras canções como “Nedgång” do álbum Ur Jordens Djup de 2007, “Solsagan” do álbum Nifelvind de 2010 – uma polka divertidissima em meio a brutalidade do Black Metal inserida no estilo, “Människopesten” e “Nattfödd” que da nome ao álbum lançado em 2004 foram executadas. O repertório ao todo alcançou 11 canções e conseguiu satisfazer o público mais extremo do festival. O Fintroll acabou por encerrar sua apresentação com a canção “Midvinterdraken” do álbum “Blodsvept”de 2013 e os ‘Hellbangers’ mais uma vez ficaram satisfeitíssimos com o inusitado grupo de músicos que se apresentaram caracterizados de Trolls , com maquiagens, vestimentas e performance de encher os olhos.

No final da apresentação do Fintroll, as 15h30, fomos correndo para ver o Testament, que começara as 15h15 no palco Hot. O grupo que hoje conta com Chuck Billy nos vocais, Eric Peterson na guitarra, Alex Skolnick na guitarra solo, Steve DiGiorgio no contra baixo e o recém-chegado Chris Dovas que assumiu o lugar de Gene Hoglan na bateria fizeram um show a parte. Começaram com “Rise Up” do álbum “Dark Roots of Thrash” de 2012, e já destruiu tudo com a presença e a interação do público – é até interessante ver o quanto o Testament muda atmosfera do festival, deixando tudo mais brilhante e devastador. Era possível sentir o chão tremer tamanha a energia emanada logo na primeira canção. Com bastante participação do público a todo momento e quase sem esforços Chuck conduziu muito bem todo o show. Passando por clássicos como “New Order”,”The Preacher” e “In To The Pit” do álbum de 1988, “Over the Wall” do álbum Legacy de 1987, “D.N.R” e “3 Days in Darkness” do álbum “The Gathering” de 1999, até faixas recentes e brutais como “Children of the Next Level” do álbum Titans of Creation de 202. Um show que focou nos clássicos absolutos do grupo. Chuck estava animado assim como toda banda, e para finalizar a apresentação evocou “Alone in the Dark” clássico do primeiro álbum da banda, o The Legacy de 1987. A Apresentação teve direito a muito moshpit e wall of death, o que foi possível ver em “The Formation of Damnation” do álbum que carrega o mesmo nome lançado em 2009.

O fim da apresentação do Testament, abriu caminho e oportunidade para o Winnery Dogs subir ao palco Ice as 16h20. O grupo de Jazz, Funk Virtuose Hard Rock integrado por monstros do Rock como Billy Sheeran, Richie Kotzen e Mike Portnoy já começou com excelência. O repertório do grupo é curto, tendo apenas três álbuns de estúdio e um fã clube muito pequeno no Brasil, apresentou energia e animou os fãs mais “light” do rock, aqueles que buscam um som mais clássico e pouco distorcido. Iniciando com “Gaslight” e tocando faixas como “Xanadu”, “Stars” e “Breakthrough “, faixas do seu terceiro e mais atual trabalho lançado já em 2023, o grupo também passou por “Captain Love”,”Oblivion” e “Hot Streak” faixa que carrega o nome do álbum de 2015. Além, é claro, de tocar faixas do seu primeiro álbum autointitulado como The Other Side”,”I’m No Angel” e o sucesso “Desire” que foi a faixa mais difundida da carreira do grupo. A faixa que encerrou a apresentação foi “Elevate” – primeira faixa do primeiro álbum do grupo.

No mesmo horário que Winnery Dogs colocava seu rock solto e bluezeiro pra jogo, tinhamos Simone Simons em um bate-papo sobre mulheres no metal e a vida em geral. A banda Beast In Black, o grupo de power metal moderno, que se apresentou com Nightwish em sua primeira vinda ao Brasil, retornou para promover seu terceiro álbum, o “Dark Connection” (2021). Formado por Yannis Papadopoulos (vocal), Anton Kabanen e Kasperi Heikkinen (guitarras), Mate Molnar (baixo) e Atte Palokangas (bateria), o grupo emanou energia positiva e arrastou um público jovem para seu espetáculo. Iniciando com um hit “Blade Runner” do já citado Dark Connection de 2021, álbum esse contemplado também com outras canções como “Moonlight Rendezvous”, “Hardcore” e “One Night In Tokyo” que entraram no meio do set. O grupo animou a todos tamanho o astral logo primeira música. Por conseguinte foram executadas “Die by the Blade” e “Sweet True Lies” do álbum From Hell with Love de 2019 além destas “No Surrender” e “From Hell With Love” do mesmo álbum foram escolhidas para execução. Álbuns como Berserker nao ficaram de fora, com canções como “Born Again”,”Blind And Frozen” e “End of the World”- esta inclusive foi a faixa que encerrou a apresentação do grupo. O vocalista esbanjava carisma a todo momento durante o show, Yannis Papadopoulos agitava o público com movimentos enérgicos e sua voz poderosa. Com 12 canções, o show teve muito momentos altos, o misto de synthwave com power metal caiu na graça do público brasileiro com folga! Com um setlist arrebatador com certeza fãs ficaram satisfeitos e novos fãs se surpreenderam positivamente.

Voltamos para o Palco Hot, as 17h25. Pouco antes do fim da apresentação do Beast In Black, que iria encerrar as 17h30. Com uma das bandas mais esperadas da noite, o Kreator, que trouxe a Turne do albúm Hate Über Alles de 2022. O grupo que atualmente conta o fundador do grupo Mille Petrozza no vocal e guitarra, Jürgen “Ventor” Reil na bateria, Sami Yli-Sirniö nas guitarras solo e Frédéric Leclercq no baixo, o Kreator, um dos pioneiros do thrash metal já criava expectativas hora antes. Ao fim do show do Testament, foi possível ver fãs ansiosos que já guardavam seu lugar durante o show do Winnery Dogs. E expectativas e ansiedades a parte, o Kreator conseguiu se superar. O Palco trazia elementos cenograficos e pirotécnicos muito importantes para uma boa imersão, eles conseguiram superar a energia que o Testament horas antes havia emanado. O Iniciar da trilha sonora que abre o novo disco e a invocação de “Hate Über Alles” colocaram o Memorial da America Latina em estado catártico. Mille sempre demonstrando muito conforto e animação, durante toda apresentação coordenava a plateia com jogos de interação e pedindo “Cicle Pit”…só de narrar tais momentos, bate uma vontade estar neste show novamente. Algo absurdamente extasiante! Mille foi generoso conosco nesta apresentação, colocando antigos clássicos como “Awakening of the Gods” e “Pleasure to Kill” do álbum Pleasure to Kill de 1985, “People of the Lie” do clássico Coma of Souls de 1990, “Phobia” do álbum Outcast de 1997, a violentíssima “Flag of Hate” do primeiro EP do grupo, e “Violent Revolution” e sua icônica introdução, ele também colocou novos clássicos como “Satan is Real” do álbum Gods of Violence de 2017, “Enemy Of God” do homônimo álbum de 2004, “Hordes of Chaos” faixa que da nome ao álbum de 2009. Não podemos esquecer da outra faixa do novo album que também foi adicionada, “666”.

O Show terminou com a já citada “Pleasure to Kill” colocando todo o Memoria da America Latina em destruição! Os moshpits durante toda apresentação eram tão intensos que conseguiram contaminar até a area reservada! Foi possível ver muitos artistas no pit apreciando o show do Kreator, como os membros do Crypta, Beast In Black, Krisiun, Lamb of God, Lords of The Lost e muitos outros. Foi talvez um dos shows mais memoráveis do Summer Breeze Brasil. Digo isso com a mais absoluta certeza.

A partir daí, a grade de shows ficou um caos! Muitas vezes era possível ver pessoas desesperadas para estar em dois lugares ao mesmo tempo. Afinal as próximas bandas seriam Avantasia e Napalm Death, ambas tocando exatamente no mesmo horário, as 18h30. No palco Ice, Rapidamente a banda de Tobias Sammet, que já um velho conhecido do publico brasileiro, mostrou um espetáculo de mágia e poder! O início ocorreu com a ótima “Twisted Mind”, do clássico “The Scarecrow” de 2008, outras faixas do mesmo álbum a entrar no setlist foi a que dá nome ao disco e “Shelter from the Rain”, cantada com a participação de Ronnie Atkins, que permaneceu no palco para executar “Book of Shallows”. Além de Ronnie, Chiara Tricarico do grupo Moonlight Haze entrou para tocar “Lost in Space” do mesmo álbum. “Reach Out For The Light” do álbum The Metal Opera pt I de 2001 e “The Wicked Rule The Night” do mais recente “A Paranormal Evening with the Moonflower Society” foram a segunda e a terceira faixas do setlist , contando com a participação de Ralf Scheepers, vocalista renomado que passou por projetos como Phenomena, Gamma Ray Therion e Primal Fear. O álbum Moonglow de 2019 não ficou de fora, a canção “Book of Shallows” entrou no setlist como a quinta faixa com Ronnie Atkins ( Pretty Maids) no dueto vocal. Lost in Space de 2008 foi representado pela faixa “The Story Ain’t Over” com Bob Catley no dueto, e “Dying for an Angel” do álbum The Wicked Symphony de 2010 e “Avantasia” do já citado The Metal Opera pt I tiveram a brilhante participação de Eric Martin do Mr.Big. Outra canção do The Metal Opera pt I a ganhar participação foi “Farewell” que foi executada com Adrienne Cowan do grupo Seven Spires duetando com Tobias Sammet.

O Momento mais catártico e esperado do show, ficou para o final. Em uma imensa reúnião de todos os vocalistas subiram ao palco para executar “Sign of the Cross” e “The Seven Angels” ambas do The Metal Opera pt I e pt II. Ficou definido aqui que o Avantasia é uma banda de espetáculo , uma Opera rock e uma catarse para os fãs de power metal! Um espetáculo a parte e definitivamente um belo jeito de encerrar as atividades do palco Ice!

O fim do palco Ice decretou automaticamente a ultima apresentação do palco Hot, mas ainda não iremos pra ele! Voltamos para o palco Sun, que na mesma hora do Avantasia o Napalm Death destruia tudo e disputava a atenção do público , o que causou um caos total na passarela entre os palcos Sun e Ice/Hot. Com um setlist de 20 musicas, que surpreende pelo numero, mas como estamos falando de grindcore.. não surpreende pelo tempo. O grupo iniciou o setlist com Narcussus” do álbum de 2022 Resentment is Always Seismic – a final throw of Throes, e logo emendou “Backlash Just Because” do album Throes of Joy in the Jaws of Defeatism de 2020, outras faixas deste mesmo disco como “Fuck the Factoid”, “Contagion” e “Invigorating Clutch”, “Amoral” e a faixa que da nome ao disco também foram executadas.

Além das mais recentes, foi possível ouvir faixas do meio da carreira do grupo como “Everyday Pox” do álbum Utilitarian de 2012, “Smash a Single Digit” do álbum Apex Predator – Easy Meat de 2015 e “When All Is Said and Done” do álbum Smear Campaign de 2006 também foram tocadas. O grupo não deixou de lado faixas clássicas como “Siege of Power”, “Dead”, “Unchallenged Hate”, “Mentally Murdered” e “Lucid Fairytale” do álbum From Enslavement to Obliteration de 1988 além de “Dead”, “You Suffer” ,”The Kill” e “Scum” do primeiro álbum de 1987. “Suffer the Children” do álbum Harmony Corruption de 1990 também esteve presente. Um dos momentos que percebeu-se enorme excitação foi no Cover “Nazi Punks Fuck Off” ( dedicada ao Bolsonaro,momento que falarei, jaja) a canção do Dead Kennedys foi executada próximo do final do show, seguida por “Siege of Power”, já mencionada aqui e a responsável por encerrar a apresentação.

Apesar do gigantesco setlist, Barney o vocalista do grupo ainda teve tempo de distribuir interações e comentários políticos e religiosos ácidos; como uma critica que ele fez a criminalização do aborto e culpando os retrógrados religiosos majoritariamente homens por, como ele mesmo disse, “monte de merda”. E também em momentos como em que ele Incitado pela plateia solta um “Yeah!! Fuck BOLSONARO” em resposta aos “Ei Bolsonaro vai tomar no C*”( Bom, o Bolsonaro já não é mais presidente..então..). Além disso, o Moshpit era insanamente intenso e brutal – como um show de Grind deve ser. Isso com certeza empolgou o frontman, que não parou sequer um segundo. Se jogando para todos os lado e agitando, o cara parecia ter energia infinita!

Outro detalhe que marcou muito e gerou comentários da plateia, foi a ausência de Shane Embury baixista que está com a banda desde de 1987, deixou muitos da plateia com leve desconfiança. Substituído por Matt Sheridan, foi explicado por Barney Greenway pouco antes de iniciar o show , que Shane tinha passado mal e não estava apto a subir no Palco. Melhoras a ele! Esta está longe de ser a melhor apresentação do grupo ou da noite, mas não fizeram feio, pelo contrário, deram conta do recado como sempre! Apesar de não ser o maior fã da banda, a experiencia de interação e observar a loucura que é um show desses caras… é com certeza uma experiencia única! Algo maravilhosamente intenso que ficará em nossa memória!

Fechando os trabalhos no Hot Stage, o Parkway Drive veio com tudo! Trazendo seu Metal Core moderno que segue a linha de grupos que haviam já se apresentado no mesmo dia como Bury Tomorrow, o Parkway Drive que conta com Winston McCall (vocal), Jeff Ling e Luke “Pig” Kilpatrick (guitarras), Jia “Pie” O’Connor (baixo) e Ben “Gaz” Gordon (bateria) mostrou que são os showmen da nova geração. Iniciando o show com a energica “Glitch” do álbum Darker Still de 2022, o Grupo já arrancou gritos e demonstrações de excitação do Público – que a esta hora já estava exausto – afinal, muitos ali já estavam desde as 11h!

As canções que o grupo apresentou além da primeira já mencionada foram: “Soul Bleach” e a faixa que da nome ao álbum de 2022, além de “The Void”, “Prey” e “Shadow Boxing” do álbum Reverence de 2018. O setlist conto também com “Idols and Anchors”, “Carrion” do álbum Horizons de 2007, “Sleepwalker” e “Karma” do álbum Deep Blue de 2010. Passando por “Dedicated”, “Vice Grip” e “Bottom Feeder” do álbum Ire de 2015 que preencheram mais ainda o Setlist da apresentação , sem contar que o primeiro bis do final da apresentação ficou por “Crushed” do mesmo álbum, enquanto “Wild Eyes” do álbum Atlas de 2012, fechou com chave de ouro esse espetáculo que é o Show do Parkway Drive.

A todo momento a multidão que resistia bravamente, cantou junto e o som estava brutal! Sentia no peito cada batida e cada metralhada que o bumbo da bateria soltava em nosso peito! Em “Sleepwalker” o frontman ordenou que o publico pulasse – assim se fez! Tudo parecia ensaiado tamanha a sinergia do público com a apresentação. Um dos momentos mais emocionantes que pude atestar foi justamente no fim da apresentação – onde o público em coro ajudou a cantar a melodia juntamente com a guitarra solo da introdução – parte essa que também põe fim a canção. Para os fãs garanto que deve ter sido um belíssimo e inesquecível momento! Winston McCall é definitivamente um excelente frontman e um ótimo condutor!

Por mais que eu não seja um fã do estilo, devo admitir que as apresentações de muitos ali surpreenderam positivamente e a do Parkway Drive foi com certeza a mais supreeendete, o uso da Pirotecnia, do bumbo destruidor e a presença de palco elevam a experiencia de qualquer um ao próximo nível. É algo hipnótico!

Fechando o festival para maioria do público, afinal o acesso ao Waves Stage era exclusivo e ale só competia agora ao Evergrey que tocaria somente as 22h10, naquela noite, o Stratovarius, banda finlandesa de Power Metal, trouxe outro grandioso espetáculo! Que diga-se de passagem fez ferver o Sun Stage.

É uma pena que duas das mais esperadas bandas do público esteja dividindo o mesmo horário, mas é garantido que o Stratovarios tinha um público mais “velho” em sua contemplação, durante toda apresentação foi possível ouvir comentários como “Nossa! Stratovarios tocando em palco tão pequeno!?Deveriam ter colocado no Hot/Ice”…e eu devo concordar! O palco Sun as 20h30 estava como uma lata de sardinha tamanho era o público ansioso pelo show das lendas do Heavy Metal Finlandez , o Stratovarius. Integrada por Timo Kotipelto (vocal), Matias Kupiainen (guitarra), Lauri Porra (baixo), Rolf Pilve (bateria) e Jens Johansson (teclado), o grupo veio com um setlist matador! Iniciando com “Survive” do álbum de mesmo nome do ano de 2022 a banda devastou o que restava do festival, era possível ver o público cantando junto uma canção que acabara de sair do forno, tamanha a base de fãs desses monstros. Seguiu-se então com canções como “Eagleheart” do álbum Elements Pt. 1 de 2003 além de outras como “Speed of Light”, “Stratosphere”, “Father Time” e “Forever” do álbum Episode de 1996 e “Paradise”, “Holy Light”, e a magnifica e classica “Black Diamond” do álbum Visions de 1997. Outras canções do álbum de 2022 foram “Broken”, “World on Fire” e “Frozen in Time” a canção “Winter Skies” do álbum Polaris de 2009 também fez parte do Set. A musica “Unbreakable” foi a única do álbum Nemesis de 2013 a entrar no setlist, já no bis da apresentação e “Hunting High and Low” o clássico marcado da banda presente no álbum Infinite de 2000 quando Timo Tolkki era o compositor principal do grupo encerrou a noite de forma magnifica e emocionante!

Além das canções os momentos de Solo de Baixo e Teclado foram um show a parte, Lauri Destruiu tudo ,além de Jens parecer brincar ao executar escalas e links complexo de cair o queixo! Na plateia do show, famosos como Fernanda Lira (Crypta) e Rikard Zander (Evergrey) foram avistados curtindo e mostrando que stratovarius é cultuado até mesmo por artistas de outros estilos.

O grupo foi uma aposta que se mostrou acertada, definitivamente!O show do Stratovarius um saldo excepcionalmente positivo. E mesmo que apresentações em festivais tenham setlist curto, o do Stratovarius mostrou-se completo e nostálgico. Um Excelente Show que ficará na memória de muitos!

MAIS DO PALCO WAVES

Muitos já tinham ido embora após a apresentação do Stratovarius, mas as 22h10, a banda que encerrou de vez o festival foi o Evergrey, O auditório estava cheio! E com certeza foi uma surpresa! O grupo de metal progressivo pesado e denso formado por Tom S. Englund, líder, vocalista, guitarrista e Henrik Danhage (guitarra), Johan Niemann (baixo), Jonas Ekdahl (bateria) além de Rikard Zander (teclado), veio com tudo. Tocando um set de 12 canções os caras mostraram para o público que estava já em seu 1% de energia que ainda tinha espaço pra mais um pouco!

“Distance” do álbum The Storm Within de 2016 foi a responsável por abrir a noite. Mas dentro do Setlist, ficou uma lacuna grande, somente duas faixas pré 2010 foram adicionadas sendo, “A Touch of Blessing” do álbum The Inner Circle de 2004 e “Recreation Day” do álbum de 2003 de mesmo nome, a serem executadas. Outras faixas como “Weightless”, “A Silent Arc” do álbum The Atlantic de 2019, “Eternal Nocturnal” do álbum Escape of the Phoenix de 2021, “King of Errors” do álbum Hymns for the Broken de 2014, “Call Out the Dark”, “Midwinter Calls” do mais recente álbum A Heartless Portrait de 2022 e “My Allied Ocean” do álbum The Storm Within de 2016 seguiram o Set que preferiu arriscar na memória mais recente dos fãs. O bis ficou por “Where August Mourn” do já citado álbum Escape of the Phoenix e “Save Us” do álbum de 2022 (A Heartless Portrait). Marcando Assim a ultima canção da ultima banda a tocar no festival Summer Breezer.

Anterior ao Evergrey, que encerrou o Summer Breeze Brasil 2023, o Waves recebeu o grupo Sinistra e o Eletric Gypsis.

O Eletric Gipsy – Que venceu o concurso New Blood do Festival, se apresentou para o Waves, no horário das 18h.

Com uma performance de alto nível, o grupo recebeu elogios da pequena plateia animada du auditório Waves, que pulou e dançou desde o começo do show. Formado por Guzz Collins (Voz), Nolas (Guitarra), Pete (Baixo) e Robert Zimmerman (Bateria). E inspirados pela atitude e composições dos grandes nomes da música da década de 70 e 80, apesar de não ser tão conhecida pelo público geral, a banda mostrou o motivo pelo qual ganhou o concurso: Seu Profissionalismo e performance!

Talvez a parte que mais chamou atenção dos espectadores e colocou o grupo em sinergia a plateia foi o momento de “Hot For Teacher” Cover de Van Halen que o grupo inseriu no meio do seu setlist baseado em seu único álbum “Electric Gypsy” de 2021. A banda foi a mais votada do concurso New Blood do Summer Breeze Brasil, evento que provou diversas vezes como existe espaço em nosso país para inovação nas escalações de rock e metal NACIONAL. Esperamos que as bandas do New Blood, em 2024 possam tocar nos palcos como o Hot/Ice ou Sun. Afinal, não existe coisa mais difícil do que ficar sentado em um auditório quando se toca Rock e Musica Pesada!

O Sinistra foi a Penúltima banda a se apresentar no palco Waves, o grupo, formada pelo guitarrista Edu Ardanuy, o baixista Luis Mariutti, o vocalista Nando Fernandes e o baterista Rafael Rosa, tocou todas as canções de seu primeiro álbum como “Mente Vazia”, “Viver”, a brutal e destruidora “Santa inquisição” , além de “Umbral”, “Quem é você?” e “Nada é mais igual” entre outras. Foi um Show bruto e muito completo! O Vocalista Nando Fernandes é um monstro e a similaridade com o trabalho de Heaven and Hell ( banda/ projeto dos integrantes do Black Sabbath na fase Dio) impressiona positivamente mostrando que o grupo tem chances sim de exportar sua música de forma efetiva!

CONCLUSÃO:

Após muitas horas contadas, muitos passos contados, bandas ovacionadas…o saldo que o Summer Breeze nos deixou foi positivissimo! Apesar de mínimos problemas facilmente corrigíveis, mas também muitos acertos, o festival conseguiu deixar a maioria do público muito satisfeitos! Desde quando foi anunciado, o festival prometia um evento à altura do festival original europeu, e de forma geral, conseguiu êxito nesta tarefa.

Mesmo assim, o heavy metal e a cultura do rock foram disseminados e explorados com êxito no festival. O Summer Breeze Brasil se mostrou um potencial “quebrador de padrões” e alcançou o objetivo! tendo deixado a todos um gostinho de ‘quero mais’!

Nos vemos a partir de 26 de abril.