Uma sequência de shows, batizada de “Kiko Loureiro Tour”, apontou em diversas cidades brasileiras nas últimas semanas. Kiko Loureiro fez questão de montar um super time de músicos e mesclou convidados especiais para relembrar um pouco de tudo que já fez ao longo de nada menos que trinta e cinco anos de carreira!
Kiko Loureiro trouxe diversas faixas de “Open Source” (2020), seu último disco solo, gravado na pandemia!
Kiko Loureiro é, sem dúvida, um dos primores relevados na história da música pesada brasileira e o que não faltam são momentos de sucesso para dividir com os fãs, seja de sua época recente com o Megadeth, discos da carreira solo e, claro, o Angra!
Sabedores disso, fãs de todas as épocas estiveram presentes no Mister Rock e viveram momentos de êxtase nesta jornada proposta por Kiko e seus companheiros de longa data.
Uma produção visual de bom nível recebeu ao palco ninguém menos que Bruno Valverde na bateria – Angra, Felipe Andreoli no baixo – Angra e Alírio Neto – vocalista do primeiro escalão nacional e com carreira marcada em bandas como Khallice, Age of Artemis, Shaman, além de diversos projetos e discos solo.
Faixas de seu primeiro disco solo, “No Gravity” (2004), ganharam vez na primeira parte e na reta final show!
Podemos dizer que a primeira parte da apresentação foi praticamente toda dedicada aos álbuns solos do guitarrista, tendo ‘Overflow’, do último disco “Open Source” (2020), abrindo o show. Em diante o músico desfilou sua técnica habitual e passeou por discos já consagrados como “No Gravity” (2004), relembrando as faixas ‘Escaping’, ‘Pau-de-Arara’, além da balada de mesmo nome do disco.
Kiko Loureiro dispensa comentários! É chover no molhado mencionar o quão talentoso o músico se mostra em suas performances. Em Belo Horizonte não foi diferente um segundo sequer, tudo se torna ainda melhor se colocarmos na balança o fato de o músico estar acompanhado de outras grandes potências do cenário brazuca.
Tudo ainda ficou melhor quando as seis cordas de Kiko deram voz ao riff inicial da emblemática ‘Carry on’, clássico do disco “Angels Cry” (94), que abriu uma jam para diversos trechos de sua época áurea de Angra. Em aproximados cinco minutos trechos principais dos clássicos ‘Spread Your Fire’, ‘Nova Era’, ‘Speed’, dentre outros, serviram para aumentar a temperatura da casa e dar vez aos fãs dos primórdios do guitarrista.
Trechos de clássicos do Angra e participação de Alírio Netto (vocal) foram alguns dos pontos altos da noite!
Falando de Angra, Kiko se mostrou nostálgico em seu retorno a BH, lembrando estar no mesmo hotel de sua época com o Angra, e inclusive, “relembrando as várias ruas ao redor”, conforme frisou. Em demais interações com a plateia Kiko fez questão de agradecer a todos, anunciar com detalhes cada faixa que viria e apresentar seus companheiros de banda.
Os fãs devidamente trajados com a camisa do Megadeth (e eram muitos!) também ganharam vez com a execução do instrumental veloz ‘Conquer or Die!’ e com ‘Killing Time’, esta última com Kiko Loureiro assumindo os vocais. Isso mesmo, Kiko fez as vezes de Dave Mustaine e teve atuação protocolar, não comprometendo e ganhando aplausos dos fãs.
Alírio Netto, figura ativa na cena brasileira, deu às caras exalando vigor e teve o público na mão com as clássicas ‘Rebirth’ e ‘Nothing to Say’, esta última que por onde passa é unânime quando o quesito é a união palco e plateia. Os seus diversos riff’s e seu pegajoso refrão foram acompanhados de forma unânime pelo público mineiro. A progressiva ‘Enfermo’, do disco “No Gravity” (2004) foi anunciada como saideira e encerrou o show justamente como ele começou: uma verdadeira aula de técnica, precisão, produção, melodia e presença de palco!
Em parte mais veloz e pesada, Kiko Loureiro assume vocais e traz dobradinha composta no Megadeth!
Belo Horizonte, capital mineira, esteve diante de uma apresentação de deixar qualquer gringo boquiaberto. Em meio a diversos shows internacionais passando por aqui, o cenário mainstream nacional mostrou sua extrema força com um espetáculo de alto nível e 100% brasileiro, comandado por um músico que ostenta de forma justa a alcunha de referência nas seis cordas por onde passa.
Set list Kiko Loureiro:
Overflow – Open Source (2020)
Escaping – No Gravity (2004)
Reflective – Sounds of Innocence (2012)
Pau-de-Arara – No Gravity (2004)
No Gravity – No Gravity (2004)
Vital Signs – Open Source (2020)
Carry On / Spread Your Fire / Nova Era / Morning Star / Evil Warning / Speed
Du Monde – Open Source (2020)
Conquer or Die! – Dystopia (Megadeth)
Killing Time – The Sick, the Dying… and the Dead! (Megadeth)
Dream Like – Open Source (2020)
Rebirth – Rebirth (Angra)
Dilemma – No Gravity (2004)
Nothing to Say – Holy Land (Angra)
Enfermo – No Gravity (2004)
Texto: Reynaldo Trombini (@rtrombini)
Fotos: Leandro Oliveira (@leandro.oliveira.foto)