Mais uma vez, o quarteto Lacerated And Carbonized, lançou um trabalho primoroso denominado “Narcohell”, após 3 anos do excelente “The Core of Disruption”. Neste novo trabalho, há uma sonoridade densa, bruta e livre de solos melódicos e repetitivos, optando por algo mais destrutivo e caótico dentro do Death Metal.
O álbum traz uma visão aprofundada e distinta da violência alarmante de uma cidade sitiada pelo tráfico, um retrato do estado permanente de brutalidade que impera nas favelas de sua cidade natal, Rio de Janeiro. Este cenário distópico é o pano de fundo perfeito para a enxurrada de riffs matadores, blast beats atrozes e toda a energia destilada ao longo das treze faixas.
O álbum foi mixado e masterizado pelo renomado produtor alemão Andy Classen (DESTRUCTION, KRISIUN, TANKARD) na Alemanha e contou com as ilustres participações de Mike Hrubovcak (Monstrosity) na faixa “Broken” e Marcus D’Angelo (Claustrofobia) na faixa “Bangu 3”.
Sobre o nome do novo play, o Caio Mendonça deixou as palavras:
“As novas músicas estão mais brutais do que nunca e uma das nossas principais influências na hora de compor foi o INFERNO em que vivemos no Brasil, principalmente aqui na nossa bela e caótica Rio de Janeiro. Estamos abordando vários temas que assolam o país, mas um dos mais recorrentes é o NARCOTRÁFICO. Nada mais justo do que unir as duas pontas em uma só palavra: “NARCOHELL”!”.
O CD logo inicia-se com a brutal “Spawned in Rage” que foi uma ótima escolha pra faixa de abertura, pois mostra-nos a nova roupagem das músicas e conta com um refrão memorável. Logo após, temos a faixa titulo do álbum “Narcohell”, contando com uma sonoridade impiedosa, que só quem tem anos de trabalho árduo e dedicação consegue alcançar, aqui não houve espaço pra melodias genéricas, mas sim, excelentes riffs que conseguem se sobressaltar a esta ausência.
Já em “Bangu 3” que sem dúvidas é um dos grandes destaques do álbum, tivemos a maravilhosa combinação do LAC com o Claustrofobia pela ilustre participação do Marcus, tornando-se uma faixa obrigatória que arrebenta qualquer ouvido de porcelana e tem um refrão inteiramente em português. Em “Broken” eles simplesmente “quebraram tudo” com a fascinante participação do Mike Hrubovcak nos backing vocals bem insanos e destrutivos.
No geral, todas as faixas seguem a mesma formula, cada qual com sua personalidade, gostaria de deixar algumas indicações como “Ruinous Breed”, “Mass Social Suicide” e “Hell De Janeiro” que é inteiramente em português.
Portanto, como mais um grande trabalho desses Headbangers, cabe a eles expor em suas próximas turnês mundo a fora, o som grotesco e de personalidade que nossos Deathbangers possuem. Se for pra dar uma sugestão, gostaria de dizer que INVISTAM em músicas em português, vocês tem muito potencial.
Veja o lyric video da faixa ‘Narcohell’: