Crédito: Tiago Magdantz
Composição faz contraponto ao niilismo homenageando ícones do rock que morreram cedo
Existe uma tendência niilista no universo rocker que parece ter mais intensidade na cultura punk. “No future”, previram os Sex Pistols nos anos 1970. Ou, “live fast, die young”, como pregou o Circle Jerks na década de 1980. Essa postura foi motivo, inclusive, para que ícones da música saíssem de cena sem aproveitar devidamente os louros de suas conquistas. Amy Winehouse, Kurt Cobain (Nirvana), Layne Staley (Alice in Chains), Janis Joplin, Jim Morrison (The Doors) e Jimi Hendrix são exemplos. Apesar de já terem deixado este plano, esses artistas retornam agora como personagens em ‘I Don’t Wanna Die Young’, single de estreia do músico gaúcho Jaydson.
Além de mencionados na letra, que contesta a atitude autodestrutiva frequentemente atribuída ao rock, as estrelas da cultura pop citadas também são personagens do videoclipe disponibilizado junto com a faixa, ambos lançados em 24 de janeiro. O debut de Jaydson ao vivo rola em 9 de fevereiro, no Gravador Pub, junto com as bandas Telecines e Frau.
Ouça ‘I Don’t Wanna Die Young’:
Spotify: [em breve no ar]
Amazon Music: https://music.amazon.com.br/artists/B0CPBSVT58/jaydson
YouTube Music: https://music.youtube.com/watch?v=Q_KhplChFF4
Assista ao clipe:
A track recém disponibilizada deve fazer parte do primeiro álbum completo “Live Fast, Die Old”, previsto para ganhar o mundo este ano.
“Os artistas que menciono são referência, principalmente para gerações que cresceram nos 1990 e nos 2000. A admiração em cima dessa galera fica meio endeusada às vezes, principalmente nos que morreram jovens. Fora que tem muita gente boa viva que não é valorizada porque não tem esse mito em cima”, explica Jaydson, que complementa:
“Comecei a criar a música quando estava lendo a biografia do Kurt ou do Dave Grohl, não lembro. Aí, me veio o pensamento: “pô, o que o Kurt teria feito se tivesse vivido mais?” E, dentro dessa temática, pensei que seria interessante escrever algo na contramão do lance “live fast, die Young”. Tipo: não quero morrer que nem o Kurt, um cara influente que mudou a indústria da música e não aproveitou. Eu sou fã de Nirvana, e com o questionamento que tive, me veio a frase “eu quero morrer velho”. Anotei isso e a comecei a pensar no som.”
O grito de “Eu quero morrer velho” no início da música é, ao mesmo tempo, uma crítica e uma homenagem a grandes nomes que nos deixaram precocemente. ‘I Don’t Wanna Die Young’ mistura inglês e português para dar o recado de que viver vale pena se você acreditar que seus sonhos são possíveis.
O instrumental traz influências que vão do punk mais cru ao hardcore melódico, passando por rock alternativo e grunge. Contudo, há na música um certo apelo pop que a torna acessível para públicos distintos.
Para o registro, a composição de Jaydson teve as vozes gravadas pelo próprio autor com produção do cantor Tom Zinsky (It’s All Red). O baixista Marcel Bittencourt (Hit the Noise, responsável também pela produção de ‘I Don’t Wanna Die Young’), o guitarrista Fabrício Araújo e o baterista Renato Siqueira (It’s All Red) completaram o time. A mixagem foi feita por Davi Pacote (do Hill Valley Studio, de Porto Alegre, que já trabalhou com nomes como Os Replicantes e Carbona), e a masterização ficou a cargo de Martin Menz (do Tide Studios, de Londres).
Quem assina a direção do clipe é José Florêncio, do estúdio que leva alcunha de seu criador. A trama mostra Jaydson encontrando alguns dos ídolos citados, bem como cenas ao vivo do artista porto-alegrense e sua banda. A captação foi realizada no estúdio RR44 e contou com amigos e familiares de Jaydson figurando na plateia. Encarnam os astros já mortos nas filmagens: Eduardo Gomes, como Kurt Cobain; Bruno Araújo na pele de Hendrix; Bebel Osório, interpretando Amy; e Michele Ramazzini no papel de Janis.
Sobre Jaydson:
Jaydson é um empreendedor que passou os últimos 20 anos trabalhando com tecnologia. No entanto, nunca se esqueceu dos anseios musicais que cultiva desde criança. Mesmo em meio à uma intensa rotina profissional e outros compromissos da vida adulta, seguiu compondo desde que deixou sua primeira banda na adolescência. Agora, mais maduro e trabalhando com grandes músicos de sua cidade natal, Porto Alegre, está transformando o sonho de fazer som em realidade.
Guitarrista e vocalista, o artista tem como influência vertentes variadas do rock (punk, indie, grunge e metal).
Mais informações neste link.
Siga no Instagram: @jay_jaydson
Por: Homero Pivotto Jr