Texto: Clinger Carlos
Fotos: Leandro Oliveira – @leandro.oliveira.foto
A notícia da vinda do Zakk Sabbath a Belo Horizonte despertou em mim grande expectativa. Afinal, a oportunidade de presenciar de perto a performance poderosa de Zakk Wylde interpretando os clássicos do Black Sabbath, não é algo que surge todos os dias.
Logo que fiquei sabendo do festival, a escolha do Arena Hall, com capacidade para 5 mil pessoas, me causou surpresa. Considerando que o Black Label Society, banda liderada por Zakk, havia recentemente se apresentado no Mister Rock, casa com capacidade para 1000 pessoas, a decisão pareceu arriscada. Talvez a produção do Best of Blues Festival, evento que trouxe o Zakk Sabbath, tenha apostado na força da marca Black Sabbath para atrair um público maior, mas isto não aconteceu e o show preciso ser remanejado para o Mister Rock.
Falando no festival, considero sua proposta extremamente relevante para o cenário musical brasileiro. Com um line-up diverso e itinerante, o evento se destaca por oferecer uma experiência rica e diferenciada. No entanto, a estrutura do evento em Belo Horizonte deixou a desejar. A ausência de telões, a sonorização apenas regular (similar a outros eventos no Mister Rock) e a falta de elementos que criassem uma atmosfera única fizeram com que a experiência fosse inferior ao esperado.
Dentre as atrações, a presença de Yohan Kisser me causou surpresa. Confesso que não conhecia seu trabalho solo e esperava um nome de maior peso para compor o line-up. Apesar disso, sua apresentação foi interessante, mesclando covers e músicas autorais em um teclado, mostrando versatilidade, ainda que seu estilo musical se distancie do metal extremo do pai.
O show do Zakk Sabbath foi o ponto alto da noite. O trio demonstrou grande entrosamento, executando com maestria os clássicos do Sabbath. As versões, fieis às originais, sem exageros em solos, agradaram em cheio. A inclusão de músicas lado B, como “Wicked World” e “Tomorrow’s Dream”, foi um presente para os fãs. A ausência de “Iron Man” e “Paranoid” sequer foi sentida, tamanho o poder da apresentação que teve “N.I.B.” como destaque e “War Pigs” como um final apoteótico.
Zakk Wylde dispensa apresentações. Guitarrista virtuoso e frontman carismático, ele honra o legado do Black Sabbath com respeito e energia. Sua performance em BH reforçou sua posição como um dos grandes nomes do heavy metal mundial.
Apesar dos pontos negativos em relação à estrutura do evento, a passagem do Zakk Sabbath por Belo Horizonte foi memorável. Fica a expectativa de que o Best of Blues Festival retorne à cidade em sua próxima edição, com um line-up igualmente poderoso e uma estrutura aprimorada para proporcionar uma experiência completa aos fãs de heavy metal mineiros.
