Texto: Filipe Moriarty (Cedido em Parceria com Metal No Papel) – @filipemoriarty
Aconteceu no ultimo dia 17 de março de 2023 o Angra Fest no espaço Terra SP ,na cidade de São Paulo, com um cast matador que trouxe bandas como Matanza Ritual, Viper, Malvada e o headliner da noite, Angra. O festival teve seu inicio as 19h, mas com a primeira banda no palco as 20h. O evento reuniu uma pequena multidão que lotou o Terra SP e mostrou o poder que o cast da noite tem para cultura popular.
Repleto de homenagens e muita nostalgia o festival foi organizado com intuito de abrir um espaço que misturasse estilos e celebrasse as diferenças dentro da subcultura do rock.
A primeira banda da noite foi o quarteto feminino Malvada, liderado por Angel Sberse (vocal), Bruna Tsuruda (guitarra), Ma Langer (baixo) e Juliana Salgado (bateria).
A banda trouxe seu rock’n’roll e esquentou o público com seu setlist executando faixas do primeiro EP ( A Noite vai Ferver) e seu ultimo single “Perfeito Imperfeito”, além de um animado tributo ao Iron Maiden, tocando Wasted Years.
O quarteto feminino mostrou muita personalidade e profissionalismo em sua apresentação.
Seguindo a noite, após uma breve pausa para mudança de palco, o Viper da o ar de sua graça.
Nascido em 1985 com sucessos como ‘Soldiers of Sunrise’ e ‘Theater of Fate’ o grupo possui uma qualidade musical acima da média, sem contar que foi a banda que revelou o lendário André Matos para o cenário musical.
Considerada uma das grandes bandas de heavy metal nacional a banda hoje é composta por Leandro Caçoilo (vocal), Felipe Machado (guitarra), Pit Passarell (baixo), Guilherme Martin (bateria) e Kiko Shred (guitarra).
Com um Setlist curto, porém repleto de sucessos e participações muito especiais, como a de Hugo Mariutti e Luis Mariutti, quase juntaram pra executar “To Live Again” e posteriormente dedicar para Canisso e André Matos a canção “Living for The Night”.
O Viper levantou o público com um sucesso atrás do outro, passando por discos como Soldiers of Sunrise, Theater of Fate , Coma Rage e Revolution.
É notável a qualidade de todos os músicos. O único aspecto que incomoda é o fato notório de Pit Passarell apresentar séria degradação em sua performance, isso é com certeza preocupante.
Apesar de ser um dos principais compositores e arranjadores do cenário nacional, o músico se encontra com a saúde debilitada devido ao seu passado boêmio, Pit é mais visto como um Figurante ou “Animador de Palco”, afinal diversas vezes ele para de tocar e esquece letras como a “Coma Rage”.
Entretanto, Leandro Caçoilo, Kiko e Felipe destroem no palco e fazem esse problema não interferir em nada a execução das canções.
Após a apresentação do Viper, o Matanza Ritual adentrou ao palco, pouco mais de 22h40 após uma longa espera para mudança da estrutura e do backline.
O Matanza Ritual é formado por um time de estrelas do rock nacional do porte, com Jimmy London (vocal), Antônio Araújo (guitarra),e em especial para apresentação do dia 17, Paulo Sergio Sangiorgio Júnior (baixo) que substituiu Felipe Andreoli e Amílcar Christofáro (bateria).
O Matanza Ritual fez uma apresentação que elevou mais ainda o nível do evento, afinal o Matanza fez parte da adolescência de muitos presentes ali, com letras repletas de desobediência e fanfarronice.
Com um Setlist que passeou pelos maiores sucessos e foi acompanhado a plenos pulmões pelo público presente da primeira até a ultima musica o grupo fez uma apresentação enérgica e diferente das demais da noite, já na segunda música uma parcela de fãs exclamava a toda força ‘hey Jimmy vai tomar no..” – forma carinhosa que os fãs “chamam” por Jimmy London.
O Matanza Ritual teve poucos respiros em sua apresentação, mas a energia que o grupo emana qualquer show se torna frenético. A interação de Jimmy para com o público é fenomenal, tecnicamente falando o show do Matanza Ritual é uma apresentação nitidamente diferenciada.
Após o fim da apresentação do Matanza Ritual, já passada das 00h o Angra assume o comando. Com seu show de comemoração de 30 anos passando por clássicos do passado e da atualidade, abrindo com “New Born Me”, o Headliner do festival já emendou “Nothing To Say” em seguida, além de Travlers of Time.
Mas foi em “Angels Cry” que Rafael chamou aos palcos novamente a participaçåo de Luis Mariutti para executar da cançāo do albúm de estreia da banda e de mesmo nome, e em seguida “Lisbon” do álbum Fireworks também foi evocada com Luis e Hugo Mariutti como participação especial.
Outra participação foi a de Angel Sberse, na qual foi convidada para “Black Window’s Web” do album Ømni. Um Set list longo de mais de duas horas, que poderia “cansar” qualquer um e teve na verdade o efeito contrario, pois á passava das 2h da manhã quando ainda tínhamos o Angra nos palcos e o público firme e presente.
Somente próximo das 3h da manhã que Rafael Bittencourt(guitarras),Felipe Andreoli(Baixo),Fabio Lione (Vocais), Bruno Valverde(Bateria) e Marcelo Barbosa(Guitarra Solo) puderam encerrar a apresentação com o tributo ao Canisso, falecido no ultimo dia 13 de março de 2023, cantando a música do Grupo Raimundos – banda qual Canisso fazia parte e era um dos fundadores.
O momento emocionante reuniu integrantes do Viper, Matanza e Malvada tendo com Jimmy London, Angel Sberse e Antonio Araújo nos vocais.
Além da música, o Angra Fest também teve uma forte mensagem de irmandade e união entre bandas e cenário e com toda essa mistura o evento mostrou a todos o forte sentimento de união e solidariedade entre os participantes. O festival que já está em sua quarta edição já se tornou um símbolo e uma referência para o surgimento e ascensão de novas bandas para o cenário musical e, um exemplo da força da música e da cultura.
Com certeza, o evento será lembrado pelos seus inúmeros momentos marcantes.