‘Beneath The Remains’ foi meu primeiro disco comprado na vida e se tornou imensamente essencial!
Eu lembro como se fosse hoje quando peguei uma edição da extinta Revista Bizz, e me deparei com uma matéria falando sobre uma banda brasileira que estava detonando no velho continente. Seu nome? Sepultura.
O texto exaltava o enorme sucesso que o grupo estava conseguindo com seus shows devastadores e energéticos e que a cada apresentação ficava mais e mais conhecido.
Numa bela tarde assistindo o programa Clip Trip – antigo Realce Baby e ambos extintos – fui presenteado com a estreia do video-clipe da faixa Inner Self, do álbum recém-lançado ‘Beneath the Remains’. O efeito para este que vos escreve foi deveras devastador. Não tinha conhecimento nenhum do que era o som da banda e quando me deparei com aquela sonoridade decidi que naquela semana sairia e compraria o disco daqueles caras.
Dito e feito! Fui na Woodstock Discos do grande Walcir Chalas e adquiri a bolacha. Voltei pra casa com ela debaixo do braço louco para ouvir na vitrola do meu pai naquelas poderosas caixas acústicas feitas de madeira.
Chegando em casa, fui direto ligar o 3 em 1 da Sanyo dele e retirando o disco daquela belíssima capa deu até para sentir o cheiro característico de algo novo embalado no plástico.
Andreas Kisser (G), Derrick Green (V), Paulo Xisto Jr. (B) e Eloy Casagrande (D)
Quando a agulha atingiu os primeiros sulcos do vinil, e o som do dedilhado da primeira faixa inundou a sala. Senti que estava entrando numa outra dimensão! Essa sensação durou por poucos segundos. Num rompante avassalador, guitarras, baixo e bateria surgem e começam o bate-estaca da faixa-título do álbum. Que paulada!
Não tinha escutado nada parecido antes e a cada ouvida sempre surgia algo novo. Alguma palhetada, alguma alavancada na hora do solo, ou alguma virada mais contundente que escapou das minhas audições anteriores. Solos e letras já estavam literalmente tatuados na memória de tanto ouvir aquela fonte inesgotável de criatividade.
‘Beneath The Remains’ foi meu primeiro disco comprado na vida e se tornou imensamente essencial porque foi a partir dele eu quis ser vocalista e me tornei fã incondicional da banda.
Em 2015 o Sepultura completa trinta anos de carreira. Trinta anos trilhando o terreno pedregoso da música pesada, mas sem baixar a guarda e independente qual seja a formação estamos diante do maior representante brasileiro do metal pesado na ativa e com muita lenha pra queimar.
Eles fizeram, fazem e continuam fazendo parte da minha vida.
Sepultura… do Brasil!!!
Vitor Rodrigues