Formada em Belém/PA em 2001, a banda Disgrace and Terror se consolidou como um dos nomes mais brutais e consistentes do Death/Thrash Metal brasileiro. Desde o início, a banda se destacou pelo apetite voraz por riffs cortantes, letras carregadas de ocultismo e energia de palco que já os colocou ao lado de nomes como Krisiun, Torture Squad, Malevolent Creation e Cannibal Corpse.
O primeiro registro foi a demo “The War” (2003), seguido pelo álbum de estreia “Shadows of Violence” (2005), gravado em São Paulo. Nos anos seguintes, a banda lançou mais quatro álbuns. Em 2011, fizeram sua primeira turnê europeia, passando por festivais e casas de shows na Alemanha, Portugal e Espanha, ampliando a presença da banda no underground internacional.
Com muito chão já percorrido e uma discografia consistente, em abril do ano passado eles lançaram seu sexto álbum de estúdio, “The True Will of Evil”, um trabalho que mergulha ainda mais fundo no universo lírico e simbólico que a banda cultiva, sobretudo sobre a Cabala. A capa, assinada pela artista colombiana KalaArt, foi feita em acrílico e óleo sobre tela e reúne elementos como a Árvore da Vida e da Morte da Cabala, um Baphomet estilizado e referências à Árvore Qliphótica e ao símbolo de Taumiel.
Gravado em Belém, o álbum teve a bateria registrada no Hey Ho Estúdio e guitarras, baixo e vocais no The Coven Studio. A mixagem e masterização ficaram a cargo do guitarrista do próprio guitarrista Vinicius Carvalho, o que deu ao grupo controle total sobre o resultado final. O disco traz oito faixas inéditas e três bônus ao vivo, totalizando cerca de 49 minutos de música.

Logo na faixa-título, “The True Will of Evil”, a banda já mostra o que está por vir: após uma intro macabra, com uma declamação em espanhol, riffs cortantes, bateria precisa e vocais rasgados, mesclados com trechos mais guturais, dão o tom da música. Em seguida, “The Primordial Call” é uma pedrada direta, enquanto “Set, Exalted Be Thy Name” traz trechos mais cadenciados, com passagens bem construídas e um clima pesado, com vocais urrados e rasgados e riffs velozes no decorrer da faixa.
Destaca-se também “The Malignant Sade”, com riffs marcantes, enquanto “Geburah – The Destroyer” aposta na velocidade (e novamente com um festival de riffs de dar gosto!). “Golachab – The Flaming Ones” abre com um riff monumental e um trabalho muito bom do baterista Aldyr Rod. Aliás, cabe aqui um adendo para a variedade de ritmos que permeiam as músicas, o que torna o álbum ainda mais interessante. Os bônus ao vivo, “Casa nefanda”, “Dragon Serpent” e “Idol of the Weak” mostram a forte atuação do grupo ao vivo.
Musicalmente e liricamente, “The True Will of Evil” mantém a identidade do Disgrace and Terror intacta: um Death/Thrash de raiz, com uma temática instigante e energia imbatível. Para quem acompanha a banda desde os primeiros trabalhos, sabe o que encontrar, e para quem está conhecendo a banda agora, é um ótimo cartão de visitas.
Ouça o álbum:
