Texto por Ênio Flávio Oliveira – @orockempalavras (Cobertura colaborativa com o Heavy Metal On Line – @heavy_metal_on_line
Fotos (palhetas, setlist e arquivos de Celular): @orockempalavras
Fotos: Giovanna Toledo – @giovannatld – (Agradecimentos a Caio Kehyayan – @caiokehyayanofficial pela oportunidade )
A capital mineira recebeu na noite de terça-feira 19 de Agosto o titã do thrash metal Testament. O grupo californiano que emergiu justamente com nomes como Metallica, Megadeth, Forbidden e Exodus foi uma das fundadoras do trash metal no movimento musical “Bay Area”, surgido na cidade de São Francisco.
Apesar da data coincidir no começo da semana, o que para muitos pode ser um sacrifício, para a maioria presente pareceu ser uma oportunidade, de ver ao vivo um super grupo que fez em 2024 um show premiado no Wacken Open Air na Alemanha e já confirmado em diversos festivais europeus em 2026, como a versão alemã do Summer Breeze, evento que já esteve de passagem pelo Brasil e que inclusive contou com a banda em 2023 sendo uma das atrações principais em São Paulo. Em um side show realizado em BH, naquela oportunidade, Testament também passou pela capital mineira, sendo sold out na casa que vem se firmando como residência dos roqueiros: O Mister Rock.
A abertura da noite contou com a banda Reckoning Hour, banda carioca de metalcore que trouxe para abertura energia, potência e uma pegada New metal americano, que de certa forma aqueceu as pernas nervosas prontas a entrar nos moshpits. O público foi enchendo a casa, que teve lotação na pista e um mezanino vip, com uma visão privilegiada de quem preferiu admirar de forma mais tímida o som da noite.
Pontualmente as 21h, a banda estadunidense entrou ao palco executando as 3 primeiras músicas do setlist com músicas de um único álbum, “Practice what you preach” de 1989, disco este que foi o terceiro de estúdio da banda e emplacou os americanos pela primeira vez no top 100 da Billboard. Após a primeira música que leva o título do álbum, emplacaram “Sins of Omission” e “Perilous Nation”, fechando o início triunfal de um show cheio de energia e sinergia entre os integrantes. Neste trecho do espetáculo Chuck Billy sentiu-se um pouco incomodado com a luz do palco, e pedia aos técnicos para deixa-la mais baixa, insinuando uma melhora na atmosfera com as luzes com menor intensidade. Alex Skolnick levantava sua guitarra verde como se estivesse tocando para um público de 100 mil pessoas.

A quarta música foi “The Pale King”, do álbum “Brotherhood of the snake” de 2016 , álbum este que selou o retorno do baixista Steve Di Giorgio à banda. Na sequencia o supergrupo prossegue com “The Haunting”, fazendo uma viagem ao inicio da carreira da banda com seu primeiro álbum lançado em 1987, o “The Legacy”. Musica esta que abriu as primeiras moshs de um publico concentrado no que vinha pela frente. Passando por “Rise Up” . “D.N.R.”, “Low”, e “Native Blood”, viajando por 3 álbuns em 4 músicas seguidas, a empolgação foi assistir a um show que não ficou focado em apenas em uma fase da banda, e sim uma releitura desde a fundação dos titãs do trash de Bay Area. Sempre simpático, Chuck Billy parava as musicas para perguntar se todos estavam se divertindo na noite do evento. Em um anuncio aclamado, Billy anunciou a apresentação de uma musica que haviam anos que eles não inseriam no setlist ao vivo, tratava-se de “Trail of Tears”, uma balada lenta, cheia de atmosfera de suspense, do álbum Low de 1994, que apresentou uma modificação sonora importante no grupo com uma pitada de groove metal e nesta época substituindo membros da banda com a entrada de John Tempesta a formação, sendo o primeiro álbum da banda sem a presença de Skolnick nas guitarras. “Eletric Crown retomou as energias das distorções das guitarras e deu uma brecha para Chuck iniciar as apresentações dos músicos no palco, iniciando nada mais nada menos do que com Steve Diorgio, que tem passagens por bandas como Death, Autopsy, Iced Earth, Obituary e Sadus. O baixista brincou bastante , depois de Billy mandar um “make some noise” pro Steve, ele emendou um “e aí beaga”, levando o publico a loucura: “tudo bem?” e palavras calorosas como “filho da pv*t@”, “caralho” na língua tupiniquim e prosseguindo com seu incrível solo de baixo.

“Souls of black” veio em seguida, com a banda retornando ao palco para a única faixa do cd homônimo que em 1990 foi bem aclamado pelos críticos das guitarras, que aproveitando o tema, Alex Skolnick foi apresentado a plateia, ovacionado, cumprimentou a galera com “Ola” e “Obrigado Belo Horizonte” seguidos de depoimentos de alegria por estar no Brasil, citando bandas de renome como Sepultura, Crypta e Nervosa, conquistando a turma presente, que não esperava que em seguida um hino do metal seria impecavelmente registrado ao vivo pelos olhos de quem investiu nos ingressos da noite. Tocada na integra, “Return to Serenity” levou marmanjos e princesas as lagrimas e contou com solos de Alex e do guitarrista Eric Peterson, sendo este o único membro que atravessou todos os albuns ao lado de Chuck na banda.

A novidade na banda, ocupado por uma cadeira que já foi do ícone das baquetas Dave Lombardo, Chris Dovas foi chamado para fazer seu solo de bateria. Novato na banda, o dono das atuais baquetas do Testament fez um drum solo de cerca de 4 minutos, que contou com a participação quase imperceptível do baixista Steve, que o incomodou em parte do seu show solo. O show seguiu quente, com cusparadas no chão de Chuck e mais 4 músicas para abrir a gigante roda no recinto lotado de fãs ensandecidos por thrash metal de primeira qualidade. A cereja do bolo veio com as duas músicas finais, encerrando a noite com “Into the Pit” do álbum de 1988 que projetou a banda pro mainstream, o “The New Order”.

O evento foi uma produção da Liberation MC com assessoria de imprensa da Tedesco Mídia.
Resenhai escrita por Enio Flavio Oliveira, engenheiro e fã da arte musical, redator da página do instagram @orockempalavras que fez a cobertura ao vivo do evento.

SET LIST
1. Practice What You Preach
2. Sins of Omission
3. Perilous Nation
4. The Pale King
5. The Haunting
6. Rise Up
7. D.N.R. (Do Not Resuscitate)
8. Low
9. Native Blood
10. Trail of Tears
11. Electric Crown
12. Bass Solo
13. Souls of Black
14. Return to Serenity
15. Drum Solo
16. First Strike Is Deadly
17. Over the Wall
18. More Than Meets the Eye
19. Into the Pit
Confira a galeria de fotos:



































