Whipstriker e sua devoção metálica com “Cry of Extinction”; confira resenha

Formado em 2008 no Rio de Janeiro, o Whipstriker nasceu como um projeto solo de Victor Vasconcellos, também conhecido como Victor “Whipstriker”, do Farscape. Desde o início, o objetivo era criar um som agressivo e direto, combinando elementos do Speed Metal e do Black Metal, com influências claras de bandas clássicas como Venom, Motörhead, Bulldozer, Sodom e Warfare. Com o tempo, o projeto evoluiu e consolidou-se, realizando turnês europeias e construindo uma discografia longa e sólida, com cinco álbuns e diversos EPs e splits.

O quinto álbum, “Cry of Extinction”, lançado em março pelo selo Hells Headbangers, foi produzido por Gabriel “Bitch Hünter”, e traz tudo aquilo que o Whipstriker vem apresentando nestes quase vinte anos. Um som rápido, sujo e venomâniaco. Apesar da longa espera de sete anos entre “Merciless Artillery” (2018) e “Cry of Extinction”, este hiato mostra-se imperceptível, compensado com vocais que remetem a Cronos, riffs velozes e um ataque constante de d-beat e solos envenenados.

Confira a faixa-título:

Dentre as faixas, “Satan’s Vengeance” se sobressai pela participação especial de Daniel “Avenger” nos vocais, trazendo uma reinterpretação matadora da música original do Destruction. Os riffs de “Rush of Fury” são empolgantes, e me lembraram um pouco os alemães do Iron Angel. Outro destaque é a música de encerramento, “Military Scum”, uma jornada épica de dez minutos, que finaliza o álbum com chave de ouro. No geral, Victor mantém a receita conhecida: produção suja, riffs inspirados em Venom e Slayer, vocais rasgados e velocidade quase ininterrupta. Ponto positivo para a belíssima capa de Marcio Blasphemator.

Ouça “Rush of Fury”:

O álbum está disponível em CD, LP, fita cassete e digital, permitindo que fãs de diferentes formatos apreciem a experiência completa. É um trabalho que transporta o ouvinte diretamente para o núcleo dos anos 80, mostrando que o projeto segue fiel às suas raízes. No fim, fica claro que Victor, tanto no Whipstriker quanto em seus outros projetos, não está preocupado em reinventar a roda. Sua missão é manter viva a essência do Metal, e nisso ele cumpre o papel com total devoção.

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