PARADISE IN FLAMES: “Fazemos questão de lançar em mídia física”.

O Heavy Metal On Line bateu um papo exclusivo com a banda PARADISE IN FLAMES e este bate papo pode ser conferido nesta matéria especial. Falando da atual situação mundial e de outros fatores relevantes,   também destacou também o impacto do COVID-19 no cenário heavy metal atual.

Sabemos que quase todas as bandas do cenário têm frequentes problemas com mudanças na formação, como foi o caso da Nervosa recentemente. Fale sobre os impactos de uma mudança na formação de uma banda e como está a formação da banda atualmente?

André Damien: As mudanças são sempre complicadas, mas eu acredito que sempre  possa existir uma oportunidade de crescimento, no caso da banda Nervosa eu creio que elas tiveram seu desgaste com alta demanda das turnês, mas hoje tem tudo para serem ainda maiores e darem muito orgulho para o Brasil. No Paradise in Flames estamos estabilizados há mais de um ano com a atual formação, mas desde o inicio alinhamos todas as expectativas para não gerar conflitos, porém o ser humano esta em constante mudanças e o humor dos indivíduos são imprevisíveis (risos). Temos sempre que realinhar os objetivos individuais para que não gere frustrações e perca de tempo com novas mudanças. Na banda muito das pessoas que saíram foram simplesmente por dois motivos: ou não devia nem ter entrado, o perfil não estava alinhado com o que banda precisava, ou devido aos desgaste nas turnês, é estranho pensar, mas só começamos a conhecer as pessoas quando você tem um convívio de mais de 72Hrs.(risos)

Como você enxerga os lançamentos feitos por bandas atualmente no quesito mídia? Quais são suas mídias favoritas atualmente quando você vai comprar um material de uma banda?

André Damien: Nos fazemos questão de lançarmos os álbuns em mídia física (CD), sabemos que existe uma grande parte do público que curte ter esta experiência de se ouvir um disco lendo o encarte. Eu particularmente nunca tive essa tara com mídia física, na época dos LPs eu fazia copias em K7 devido a praticidade de poder escutar em qualquer lugar e na época dos compact disc juntava todos em um porta cd e muitas vezes perdia as capas originais (risos), tive amigos que tiveram vontade de me matar quando citei algumas raridades que já perdi, fora quando estava doido para escutar uma musica e a dita cuja estava arranhada (risos). Para mim as plataformas digitais foram uma das melhores invenções. É um paradoxo emblemático, ótimo para os ouvintes e péssimo para os músicos e gravadoras, mas creio que ainda estamos aprendendo a sobreviver nesta nova era, precisamos nos adaptar porque o futuro já chegou.

Ah sim a respeito dos materiais das bandas hoje eu sempre opto por camisas, por que não tenho mais tocador de cd e se agradado da banda já começo a segui-la no Spotify.

Se fosse para você escolher um álbum de metal do Brasil e classifica-lo como o mais importante para a nossa história, qual seria? Justifique ainda a importância deste álbum na sua opinião …

André Damien: Complicado, por que se tratar a classificação por importância a nível mundial  seria o “Roots Bloody Roots” do Sepultura, claro, por ter sido mais conhecido e vendido, apesar de nunca ter pego em cd para escutar, na época de seu lançamento qualquer radio ou programa que tocava rock as músicas de trabalho deste álbum eram apresentadas de forma continua, eu escutei as três músicas que tiveram clipe na Mtv, lembro que foi uma febre e tornou a banda conhecida no mundo todo. Mas se fosse apontar um álbum desta banda para mim seria o “Arise”, porque ali sim a coisa ficou seria. Mas se for no quesito importância para historia do metal nacional para mim seria o “Laws of Scourge” do Sarcófago devido a qualidade nas composições e o legado que trouxe dentro do black/death metal, gosto demais desse álbum. Agora tem um disco nacional que eu escutei muito e fica dentro da minha prateleira de clássicos então não poderia deixar de citar que é o Centurian do Malefactor, esse foi um dos que escutei ate arranhar (risos).

 

Fale dos últimos lançamentos da banda e destaque o último dando detalhes do mesmo

André Damien: Cara hoje estamos tratando quase tudo com single ou EP devido a diversidade de lançamentos e possibilidade de visibilidade que a internet nos trouxe. O perfil do consumidor de música mudou. Antes escutar um álbum era uma atividade quase social, onde todos paravam tudo para escutar e analisar as nuanças do álbum completo. Antes nos garimpávamos os lançamentos, era parte de uma conquista descobrir uma novidade. Já hoje nos somos bombardeados de materiais de qualidade e tempo ficou mais curto, logo optamos escutar o que tem de melhor em cada banda. Então entendo que para a banda conquistar novos públicos tem que apostar do que tem de melhor e lançar de maneira ordenada, não adianta lançar um album completo que muitas vezes algumas boas músicas nem serão ouvidas. O ultimo single que lançamos tem pouco menos de um mês, chama-se: I’m sure your gods have seen this before. Trata-se de uma produção nossa juntamente com Tue Madsen (Moonspell, Behemoth, Meshuggah). Na verdade gravamos todos o nosso álbum com ele, mas ainda não definimos a data de lançamento deste álbum, conta com 9 músicas e se chama: Devil’s Collection. Nos gostaríamos de encontrar uma gravadora que vale-se a pena trabalhar, acredito que por isso ainda não lançamos e também enxergamos que hoje não e momento ideal para uma promoção, temos que nos preocupar em estarmos saudáveis.

Quando você começou ouvir Heavy Metal qual veículo lhe mantinha informado? Alguma revista? Algum fanzine? Alguma rede social? Algum programa de TV? Cite quais e relembre aquele período e diga como eram os meios de comunicação do metal na época que vc começou a ouvir Heavy Metal ???

André Damien: Acredito que no inicio de muitos não foi diferente, eu acompanhava o programa do Gastão, o Fúria Mtv, depois conheci algumas revistas como a Rock Brigade, Roadie Crew e tinha uma outra que uma vez ate saímos nela(risos) , mas não existe mais, infelizmente. Depois passei a acompanhar alguns zines, tinha um muito legal do pessoal de Linhares do ES, acho que o cara se chamava Rodrigo, não consigo me lembrar o nome foram muitos zines e gostava bastante de lê-los com frequência. Mas no inicio do Paradise in Flames lembro que a mídia que eu mais acompanhava era o site Skyhell, para mim foi muito triste quando eles acabaram. Depois vieram outros muitos bons também, tinha um do interior da Bahia que depois virou uma gravadora, puts conheci o dono do site e não lembro o nome (risos). Ah claro, o HMO e o Whiplash que estão na ativa ate hoje realizando um grande favor em prol do metal. E por falar nisso recordei o nome da revista, era “Vahalha”.

Com relação a atual situação que vivemos com relação ao COVID-19, na sua opinião, você acha que podemos ter mudanças de comportamento das pessoas nos shows de heavy metal no Brasil? Quais mudanças você acha que poderá acontecer?

André Damien: Sim teremos mudanças, nosso setor foi o primeiro a parar e será o ultimo a voltar, e com restrições. Não podemos prever o futuro, mas aqui no brasil o povo esquece rápido, com a distribuição de um vacina talvez nem lembremos que estamos vivemos esse turbilhão e as coisas tendem a voltar a normalidade, mas acredito que em países como EUA e na Europa a burocracia possa ser diferente. A vacina vai decidir o futuro, com ela as coisas ficaram mais simples, sem ela iremos viver uma burocracia sem limites para o setor e temo por isto. Por fim, só espero que essa febre de lives acabe, não tem coisa mais chata que ver pessoas tocando playbacks, eu gosto de som alto, volume do bumbo batendo no peito, realidade mesmo, nada “pasteurizado, envelopado como um produto final. Banda ao vivo é diferente existe uma energia e infelizmente essa energia só sente quem esta no show”.

Quais planos para o futuro, quais shows estão agendados ou ações estão sendo planejadas para os 12 próximos meses?

André Damien: Tínhamos mais de 10 shows marcados, ate onde sabemos muitos foram adiados mas sem data prevista, ou seja, podem não acontecer nos próximos 12 meses. Mas o festival famoso de tatuagem de Belo Horizonte que iria ocorrer em Maio deste ano passou para Novembro. E acreditamos que poderemos subir no palco do BH Tattoo e voltar a lembrar dos velhos tempos. Fora isso temos o novo cd para lançarmos, juntamente com o clipe da música Nahemah’s possession, porém estamos ainda definido o momento ideal.

Também estamos aproveitando a quarentena para compor e como temos um estúdio dentro de casa a ideia e finalizar a gravação  de um EP com 04 musicas ate setembro.

Veja o último clipe da banda:

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