Ao término do pocket show, os fãs seguiram em direção ao salão principal e ocuparam as mesas que foram organizadas de forma estratégica para “combinar” com a dinâmica da apresentação. Após anúncios dos patrocinadores e observações sobre medidas de segurança, Nando Reis, Eduardo Schuler (Bateria), Felipe Cambraia (baixo), Alex Veley (teclados) e Walter Villaça (guitarra) surgiram no cenário e deram o pontapé inicial no show com “Pré-sal”, que, logo de cara, impressionou o público com uma belíssima produção visual com imagens 3D destacando constelações, galáxias e oceanos sob um filtro “90s psychodelic”.
Na sequência, “Marvin”, uma de suas maiores contribuições ao Titãs, teve sua execução decorada por fotografias pessoais de Nando e Sebastião. Depois de exibir registros únicos de sua vida privada, efeitos especiais psicodélicos tomaram a cena novamente em “Segundo Sol”, canção eternizada na voz de Cássia Eller.
“Esse show é a despedida da minha turnê. Sinceramente, eu não gosto muito desse termo [referindo-se a “despedida”]. Vocês sabem… eu não gosto de finais, pois ainda não me sinto exausto. A música faz parte da minha vida”, comentou Nando antes de introduzir “As coisas tão mais lindas”. Novamente, a produção visual fez um espetáculo à parte. De forma extremamente precisa, paisagens naturais foram expostas, combinando perfeitamente com a letra da música. Já em “Dois Rios”, composição que cedeu ao grupo mineiro Skank, Nando entregou o refrão da música ao público, gerando em um dos momentos mais memoráveis da noite.
Com o encerramento do hit noventista, Alex Veley teve a oportunidade de se tornar o principal holofote da apresentação. Em “Mantra”, canção que contou com exibições de fotografias de cenários exóticos da floresta amazônica, o tecladista surpreendeu ao incorporar elementos de música nordestina na composição original. Na sequência, Nando e sua turma mandaram “Sei”, que contou com dedicatória emocionante do dono da noite a sua esposa Vânia Passos, que se encontrava em uma mesa próxima ao palco. Porém, logo em seguida, o clima romântico que estava reinando no show foi removido do ar de forma brusca: para marcar presença no cenário, o baterista Eduardo Schuler improvisou um solo de bateria agressivo em “Relicálio”.
Emocionado com a reação do público, Nando caiu em lágrimas em “Só posso dizer”. No entanto, o choro não foi de tristeza, mas sim de alegria ao observar tantos seguidores acompanhando suas canções. Para provar que estava feliz, o músico seguiu com “Não vou me adaptar” e “Onde você mora?”, entregando novamente o refrão para os fãs acompanharem em voz alta.
Após concluir metade do setlist, Nando chamou Sebastião Reis para participar da apresentação. Então, o jovem músico foi ao palco e dividiu a voz com o pai nas faixas secundárias “ECT”, “N” e nos hits “Respostas”, “Sutilmente” e “Sou Dela”. Infelizmente,o “feat” começou próximo das 23h50, e os fãs dependentes do sistema de transporte público começaram a deixar a casa, assim perdendo o memorável “duo pai e filho”. Após duas horas de show, os sucessos “O mundo é bão, Sebastião” e “Do seu lado” foram escalados para encerrar a noite com chave de ouro.
A apresentação de Nando Reis na Tokio Marine Hall foi um misto de emoções à flor da pele. Em 120 minutos, o ex-Titãs e seus músicos de apoio conseguiram entregar aos seus seguidores sentimentos de amor, fúria, indignação e alegria, e foram respondidos com total empatia. Igualmente, sua equipe de produção conseguiu fornecer uma experiência visual marcante, com efeitos especiais chocantes, capazes de despertar reações diferentes em cada passagem.