Texto: Clinger Carlos
Fotos: Lucas Alvarenga
Roger Waters realizou um show memorável no Mineirão, em Belo Horizonte, no dia 8 de novembro de 2023. O show, que faz parte da turnê “This Is Not a Drill”, foi uma celebração da música e da mensagem política do artista.
O show começou com uma mensagem bem interessante onde o músico avisava sobre o não uso dos celulares e sobre suas mensagens politicas a quem não gosta do seu contexto ideológico. A realidade é que muitos amigos que perguntei sobre o show falaram que não iriam devido aos posicionamentos do Roger em seus shows e ainda bem que quem se incomoda não foi, pois o show foi repleto de citações, imagens e mensagem de cunho humanitário e político. Eu particularmente gostei muito de tudo, pois estas mensagens e posicionamentos são um prato cheio pra deixar o espetáculo ainda mais interessante e atraente, na minha opinião.
Após a introdução Roger entrou no palco com uma versão bem nostálgica de “Comfortably Numb” que chocou por não ter aquele solo de guitarra que todos se arrepiam ao ouvir. Na minha opinião foi o grande ponto negativo do show, tanto a falta do solo quanto a mudança da melodia da música.
O setlist do show foi uma mistura de músicas do Pink Floyd e da carreira solo de Waters. Entre as músicas tocadas, estavam “Money”, “Another Brick in the Wall (Part 2)”, “Us and Them”, “Wish You Were Here”, ” Shine On You Crazy Diamond” e “Is This the Life We Really Want?”.
Waters é um artista carismático e com uma presença de palco poderosa. Ele interagiu com o público durante todo o show, fazendo comentários políticos e sociais.
O show de Roger Waters em Belo Horizonte foi um evento memorável. A música foi excelente, a performance de Waters foi poderosa e a mensagem política do show foi importante.
No entanto, há algumas críticas que podem ser feitas ao show. Em primeiro lugar, o setlist foi meio decepcionante para muitos que foram ao show, pois na própria divulgação falava-se muito de tocar clássicos da sua carreira, sendo que ele investiu muito em músicas de sua carreira solo e isto fez o público ficar meio sem paciência com as conduções longas e introduções desconhecidas. Muitas das músicas que foram tocadas já são clássicas do Pink Floyd, porém faltaram clássicos que poderiam ter sido trocados por músicas de sua carreira solo como “Déjà Vu” e a música nova “The Bar” que foi tocada duas vezes durante o show, tomando um espaço que poderia ter sido ocupado por uma “Mother” por exemplo. Faltou também o final apoteótico com algum clássico que faria o desfecho final, mas ele encerrou com uma versão meio torta de “Outside the Wall”.
Apesar dessas críticas, o show de Roger Waters em Belo Horizonte foi um evento imperdível. Waters é um artista importante e sua música ainda é relevante hoje em dia.
SOBRE ROGER WATER
Roger Waters é um músico, compositor, cantor, baixista e produtor musical britânico. Ele é mais conhecido por ser um dos membros fundadores da banda de rock progressivo Pink Floyd, com a qual ele gravou e tocou entre 1965 e 1985.
Waters nasceu em Cambridge, Inglaterra, em 6 de setembro de 1943. Ele começou a tocar baixo na escola e, em 1965, formou o Pink Floyd com seus amigos Syd Barrett, Nick Mason e Richard Wright. A banda rapidamente se tornou uma das mais populares do mundo, lançando álbuns clássicos como “The Dark Side of the Moon”, “Wish You Were Here” e “The Wall”.
Waters foi o principal compositor do Pink Floyd durante a maior parte de sua carreira. Ele foi responsável por escrever algumas das canções mais famosas da banda, incluindo “Money”, “Another Brick in the Wall (Part 2)”, “Comfortably Numb” e “Us and Them”.
Em 1985, Waters deixou o Pink Floyd devido a diferenças criativas com os outros membros da banda. Ele continuou sua carreira solo, lançando álbuns como “Amused to Death” (1992), “In the Flesh” (2000) e “Is This the Life We Really Want?” (2017).
Waters é um artista controverso, conhecido por suas fortes opiniões políticas e sociais. Ele é um defensor ferrenho da paz, da justiça social e do meio ambiente.