Com uma sonoridade que mistura o peso do hard rock moderno com melodias marcantes, a banda americana Velvet Chains vive um novo momento na carreira. Após mudanças na formação, a banda lança “Ghost in the Shell”, single que marca essa nova fase e reforça seu espaço na cena internacional — que já conta com feitos importantes, como a entrada de “Dead Inside” nas paradas da Billboard por 22 semanas e o destaque na lista da Loudwire como uma das 25 bandas para ficar de olho em 2025. Em sua terceira passagem pelo Brasil, o grupo conversou com o Heavy Metal On Line sobre esse novo capítulo, as expectativas para os shows e o que vem pela frente.
Por Jessica Valentim
Jessica: Então, antes de tudo, queria começar falando sobre essa nova fase da banda. Vocês passaram recentemente por uma mudança de formação. Como tem sido esse novo capítulo até agora?
VC: Ah, tem sido ótimo. O Ro e o Lahi seguiram outros caminhos, então trouxemos o Chaz e o Phillip, que entraram na banda e já começamos a trabalhar com tudo, lançando “Ghost in the Shell”, por exemplo. Foi meio agridoce ver os outros saindo, mas ao mesmo tempo muito bom receber o Chaz e o Phillip nesse caos… nessa zona de guerra! [risos]
Jessica: E quais foram os maiores desafios ou aprendizados nessa transição?
VC: Olha, acho que o mais difícil mesmo foi o tempo de viagem — foram 24 horas até aqui — e ontem foi uma correria de um lugar para o outro. Dormimos super pouco. Mas, tirando isso, não teve grandes desafios, só o cansaço mesmo.
Jessica: Sobre o novo single, “Ghost in the Shell”, como essa música ganhou vida?
VC: Começou com uma demo minha (Von Boldt), que mostrei pro Nils, ele curtiu, e aí todos nós trabalhamos juntos. A gente sempre colabora em tudo — às vezes a ideia vem de um de nós, às vezes surge do zero, às vezes com produtor, outras vezes só entre a gente. O processo é sempre diferente. Mas essa música nasceu de forma coletiva.
Jessica: A letra fala de resistência, perda, luta interior… Qual é a mensagem principal por trás da música?
VC: Depende de quem você perguntar. Cada um tem uma interpretação diferente. Eu lembro de algumas letras originais que mudaram ao longo do processo, então a música foi ganhando significados diferentes para cada um de nós. E o mais legal é que, com o tempo, quando tocamos a música em diferentes lugares, ela vai mudando de sentido de novo. Mas a gente não gosta de explicar demais, sabe? Queremos deixar que o público interprete do jeito que quiser.
Jessica: Isso é muito legal, porque é o que torna a música especial, né? Cada um se conecta de um jeito.
VC: Quando a música é boa, sim! [risos]
Jessica: E o videoclipe tem uma vibe bem cinematográfica. Vocês participaram da criação do conceito?
VC: Sim, a ideia foi nossa. Queríamos algo legal com um toque retrô. Eu adoro quando bandas tocam em lugares onde não deveriam estar — tipo o Anthrax em “Married With Children”, ou o Lamb of God num aniversário de criança. Sempre achei isso divertido. E como tínhamos acabado de mudar a formação, achei que seria legal trazer um pouco de comédia, ao invés de fazer um vídeo super sério. Foi uma forma leve de apresentar os novos integrantes. A gente já é meio bobo mesmo quando está junto, então combinou [risos].
Jessica: E “Dead Inside” ficou 22 semanas nas paradas e chegou ao Top 25. Parabéns! Como vocês enxergam esse sucesso e o impacto que teve?
VC: Obrigado! Foi incrível. Não mudou tanta coisa, sabe? A gente continua escrevendo músicas. Não apareceu um caminhão de dinheiro na porta de casa depois disso [risos], mas é muito gratificante. Não deixamos isso subir à cabeça, mas é uma validação importante do nosso trabalho.
Jessica: E a Loudwire colocou vocês entre as 25 bandas para ficar de olho em 2025. Esse tipo de reconhecimento influencia os próximos passos da banda?
VC: Ah, pra mim foi demais! Eu acompanho tudo, então ver a gente nessa lista foi muito especial. Tem tantas listas, tantos rankings, mas ver que estamos sendo reconhecidos assim mostra que estamos no caminho certo. Fiquei super feliz. Foi uma ótima pergunta, obrigado por fazer! [risos]
Jessica: Vocês já tocaram no Brasil em 2023 e 2024, inclusive no festival Summer Breeze. Que lembranças vocês têm dessas viagens?
VC: Teve muita bebida, então não lembramos de muita coisa [risos]. E o que lembramos… melhor não contar!
Jessica: Tudo bem, aceito essa resposta! [risos] Agora vocês estão de volta para três shows, incluindo abertura para o Stone Temple Pilots amanhã. Quais são as expectativas dessa vez?
VC: Olha, respondendo à anterior, é incrível ir para outro país e ver o público cantando suas músicas. É uma sensação surreal. E amanhã, nossa expectativa é só curtir muito. A gente trabalha duro, mas esse é o momento em que tudo vale a pena. Se as pessoas curtirem o nosso som, já é tudo para mim. Espero que agora, na nossa terceira vez no Brasil, mais gente nos conheça e apareça nos shows. É emocionante ver as pessoas curtindo o que a gente faz.
VC: Sim! Tô empolgado (Chaz) pra ver a galera batendo palmas quando eu pedir. Nos shows menores, às vezes a gente fala “bate palma aí” e ninguém faz nada. Aqui parece que o pessoal realmente curte música, então vai ser demais tocar para um público que sabe o que esperar de um bom rock’n’roll. É um presente poder entregar isso.
Jessica: E sobre os próximos passos da banda — vocês já trabalharam com grandes nomes como Richard Fortus e produtores renomados. Tem alguma colaboração nova vindo aí?
VC: Temos várias músicas novas em andamento, mas ainda não fechamos parcerias com outros músicos dessa vez. No primeiro álbum tivemos o Mike Squires, Jeff Rouse e o Richard Fortus. E um cover de “Suspicious Minds”. Agora queremos focar mais nas nossas músicas originais antes de partir para novas colaborações.
Jessica: Podemos esperar um álbum completo em breve ou vocês vão continuar com os lançamentos em single?
VC: A ideia é continuar com singles. Depois de um tempo, juntamos tudo num EP ou álbum com algumas faixas novas. Isso funciona bem para gente, porque senão teríamos que esperar um ou dois anos para lançar algo completo. E a gente gosta de lançar música o tempo todo.
Jessica: Gostaria de deixar um convite para o público brasileiro?
VC: Amanhã tem STP, depois vamos para Brasília no Porão do Rock, e fechamos no domingo no Bar Manifesto, nosso lugar favorito em São Paulo. Ainda dá tempo de ver a gente por aqui. Vai ser demais. Let’s go!
O Velvet Chains se apresenta nesta quinta-feira, dia 22 de maio, abrindo o show do Stone Temple Pilots no Terra SP, em São Paulo. Em seguida, toca no Festival Porão do Rock, em Brasília, no dia 23 de maio, e encerra a turnê brasileira no Manifesto Bar, em São Paulo, no domingo, dia 25 de maio, antes de retornar aos Estados Unidos.