Review: Hirax – ‘Faster Than Death’

A banda americana de thrash metal Hirax, que há 40 anos lançou o debut “Raging Violence” e esteve presente na coletânea “Metal Massacre VI”, apresenta agora o sexto full de sua discografia. “Faster Than Death”, sucessor de “Immortal Legacy” (2014), faz jus ao título e é furioso do início ao fim do repertório.

A regravação de “Warlord’s Command”, originalmente de “Raging Violence”, serve como uma celebração, já que a ligação com o passado é nítida em todas as faixas, incluindo não só a concepção, mas o resultado final da produção. Por sinal, as músicas caem bem para a definição da banda brasileira Andralls, porque aqui temos o mais puro “fasthrash”. No entanto, o Hirax não deixa de lado aquele “headbangin'” de faixas cadenciadas, como no começo da faixa-título, com desempenho marcante de Katon. Outras nesta mesma pegada são “Drowned Bodies”, que fala sobre o comércio de escravos na América em 1619, quando começaram a trazer escravos africanos por navios, e “Psychiatric Ward”, que aborda a doença mental e o fato de estar trancado em um hospital psiquiátrico.

E tem mais, porque a pegada hardcore/crossover vem em “Relentless“, com letra que retrata uma sociedade em crise, com caos e desespero, sugerindo uma luta pela liberdade em meio à opressão, além de criticar a ganância dos políticos e corporações, contrastando com a miséria dos pobres.

Em seguida vem a melhor do álbum, “Revenant”, título que se refere a quem supostamente voltou da morte e voltou para assombrar ou interagir com os vivos. Ela é tão completa que serviria como um teste para ver quantos segundos o ouvinte aguenta sem bater cabeça. Já o encerramento vem com a também acelerada e violenta “World’s End”.

Katon W. De Pena registrou o álbum, produzido, mixado e masterizado por Max Norman (Ozzy, Megadeth, Y&T, Loudness, Grim Reaper, Savatage, Armored Saint, Malice, Lizzy Borden, Death Angel), com Neil Metcalf (guitarra e baixo) e Danny Walker (bateria). Os vocais, guitarra e baixo foram captados por Bill Metoyer (Skull Seven Studio), enquanto Aaron Cruz, Mike Boeltl e Vitaly Kopiev gravaram a batera no Beach Avenue Studio.

“Faster Than Death”, com seus poucos mais de 20 minutos, mostra toda a força e o ímpeto de Katon W. De Pena, um fanático por heavy metal. Tal qual o significado de “relentless”, ele segue implacável, determinado e sem mostrar sinais de fraqueza. Destaque ainda para a arte de capa, a cargo do ilustrador brasileiro Thomas Pinheiro, que já trabalhou para Possessed, Anthares, Defiance, Paradox e outros. Agora, Katon W. De Pena se junta a Allan Chan (guitarra), Jose Gonzalez (baixo) e Emilio Marquez (bateria) para fazer esse carro de guerra estampado na capa rodar em turnê pelo mundo. Que passe pelo Brasil!
Ricardo Batalha