Técnica apurada e clássicos de sobra marcam retorno do Symphony X em BH!

Eis que no meio de uma agenda lotada de shows internacionais por todo o país, é chegada a hora de um dos principais (senão o principal!) ícones do Metal progressivo pisar em território brasileiro. O Symphony X desembarcou por aqui para uma sequência de três shows, sendo nesta ordem: Belo Horizonte (27), São Paulo (28) e Curitiba (29).

O guitarrista curitibano Luiz Toffoli e banda são os responsáveis pela abertura da trinca de shows pelo país. O músico divulga seu primeiro álbum, “Enigma Garden”, de 2023.

Luiz Toffoli tem dura missão de esquentar fãs ávidos para ver o Symphony X!

Luiz Toffoli, para quem não sabe, é natural de Curitiba/PR, iniciou a sua jornada em 2014 e após praticamente uma década tem em mãos seu primeiro registo de estúdio: “Enigma Garden” (23).

O trabalho bebe na fonte de referências como Dream Theater, além do próprio Symphony X. Luiz fez questão de montar um time de peso para as gravações deste full lenght, tendo participações de Thiago Bianchi (Noturnall) no vocal, Felipe Andreoli (Angra) no baixo, Henrique Pucci (Noturnall) nas baterias, dentre outras. Já para a versão ao vivo, o line-up é composto pela banda “fixa”, se assim podemos dizer.

Toffoli e sua turma engatam em sequência faixas do seu disco e deixam claras às boas intenções! Em faixas como ‘Human’, ‘Im Alive’, ‘Both Worlds’ e ‘Frenetic Freak’ o músico privilegia a técnica e complexidade das composições habituais do metal progressivo, sendo notórias influências de grandes medalhões, além de caprichos instrumentais mesclando a virtuose, com melodias e riff’s pesados. A banda ainda apresentou três faixas inéditas, ainda sem nome.

Abrir um evento deste porte tem lá seus grandes desafios e, um deles, obviamente é conseguir sinergia com o público. Neste quesito, Toffoli e sua turma encontraram um público morno, discreto e bastante tímido durante aproximados 50 minutos de show. Entretanto nada disso foi motivo para diminuir a qualidade de um show que desde o seu início mostrou atributos que podem render bons frutos para Luiz Toffoli e seus companheiros de banda.

Aos presentes que não conheciam o seu trabalho talvez tenham agora um incentivo e tanto para desfrutar “Enigma Garden” em um bom e potente fone de ouvido!

Após 17 anos, Symphony X retorna a BH para revisitar fases da carreira!

Se pensarmos que a última vinda dos americanos na capital mineira ocorreu há quase duas décadas, com show no extinto Lapa em 2007, já poderíamos imaginar o quão aguardado seria esta apresentação agora em 24. A banda liderada pelo guitarrista Michael Romeo e pelo cantor Russell Allen atraiu ótimo número de fãs, sendo aqueles que o acompanham desde os primórdios ao mais atual da nova geração de bangers.

O Metal Progressivo que os consagrou foi retratado em um set diversificado que passeou por várias épocas da banda. Para abertura foi escolhido o trio ‘Iconclast’, ‘Nervemore’ – esta do último trabalho (15) – e ‘Inferno’, única faixa resgatada de “The Odyssey” (02).

O clima de festa imperou pelos quatros cantos da casa que, daí para frente, presenciou uma verdadeira sequência de pura virtuose, solos “fritados”, arranjos de alto nível e performance vislumbrante de Russen Allen nos vocais. Nada de se surpreender, afinal, o Symphony carrega 30 anos de uma jornada praticamente irretocável que os rendem merecidamente (e até hoje!) a alcunha de ‘um dos maiores nomes do metal progressivo de todos os tempos’!

Entre uma faixa e outra Russen fez longas interações com a plateia, esbanjou simpatia e não deixou a peteca cair um segundo sequer. Tanto que em diversos momentos na sequência com ‘Without You’ e ‘Hell and Black’, do último disco “Underworld”(15), era fácil de notar uma casa em pura animação, com fãs empunhando as mãos para o alto e cantando cada passagem dos principais hit’s e seus refrões.

Um dos pontos altos ficou por conta da clássica ‘Set the World on Fire’, de “Paradise Lost” (07). Não diferente de outrora a canção foi acompanha à risca por um público empolgado, atento a cada detalhe e com energia quase interminável. Após uma leve pausa a banda retorna para o famoso ‘bis’ e aproveita para emendar a tradicional ‘Paradise Lost’ com a dobradinha de encerramento ‘Out of the Ashes’ e ‘Of Sins and Shadows’, do longínquo e mega clássico “The Divine Wings of Tragedy”. (1997).

Após uma apresentação de nível praticamente irretocável só resta aos belorizontinos torcerem para que a próxima passagem dos caras não demore mais 17 anos.

Cruzem os dedos!

Set Symphony X:

Iconclast – Iconclast (2011)

Nervemore – Underworld (2015)

Inferno (Unleash the Fire) – The Odyssey (2002)

Serpents Kiss – Paradise Lost (2007)

Without You – Underworld (2015)

Hell and Black – Underworld (2015)

Evolution – The New Mythology Suite (2000)

Run With the Devil – Underworld (2015)

Set the World on Fire – Paradise Lost (2007)

Paradise Lost – Paradise Lost (2007)

Out of the Ashes – The Divine Wings of Tragedy (1997)

Of Sins and Shadows – The Divine Wings of Tragedy (1997)

 

Texto: Reynaldo Trombini (@rtrombini)

Fotos: Leandro Oliveira (@leandro.oliveira.foto)

FOTOS LUIZ TOFFOLI E BANDA:

FOTOS SYMPHONY X: