Diabedo Fest em 20 de setembro reúne as bandas Atropina, Diokane e Harmony Fault no Caos (Porto Alegre)

Como resposta ao mar de contratempos que se tornou a vida, a banda porto-alegrense de hardcore torto Diokane promove uma enxurrada de barulho dia 20 de setembro. Trata-se de um show no Caos (João Alfredo, 701), em Porto Alegre, reunindo – além dos anfitriões locais – os grupos Harmony Fault (goregrind, de Lajeado) e Atropina (death metal, Teutônia). O evento começa às 21h.

 

Antecipado pelo link (tem nos destaques tb): https://www.sympla.com.br/evento/diabedo-fest/2617284 .

 

“Música sempre foi mais que som pra gente. É uma forma de extravasar, de nos expressarmos, de fazermos algo que nos faz sentir vivos e nos conecta com outros desgarrados. Então, reunimos bandas que compartilham dessa percepção para uma junção do barulho”. Como disse o mestre Jão (guitarrista do Ratos de Porão) em entrevista recente: “Só o barulho salva””, pontua Gabriel “Kverna” Mota, baterista da Diokane.

 

Sobre as bandas:

Atropina

A banda de death metal iniciou suas atividades em 1996, na cidade de Teutônia (RS/Brasil). Desde os seus primórdios executa sons próprios com letras em português, atacando fortemente o cristianismo e outras formas de controle de massas. Após trazer à tona alguns males católicos nos dois últimos álbuns — como “Mallevs Maleficarvm”, manual de instruções da sangrenta inquisição, e posteriormente, os estupros, abusos, abortos e mortes que ocorriam nos porões da igreja em “Porões das Luxúrias” — o último disco, “Prego em Carne Podre”, aborda a ideia do definhamento do cristianismo. O trabalho explora a finitude dessa crença cega, das amarras cancerígenas baseadas nos dogmas de uma pseudo-entidade, após a humanidade perceber toda a maleficência causada por algo que não passa de carne pútrida pregada na madeira. A Atropina conta atualmente com Murillo Rocha (Vocal), Alex Alves (Guitarra/backing vocal), Fernando Müller (Guitarra), Cleomar Schmitzhaus (Baixo) e Jonas Jacobs (Bateria).

 

Diokane

A banda, assim como a expressão em italiano (diocane) que deu origem ao nome do grupo, é raiva canalizada em forma de som. É expressão ruidosa que surge do descontrole. É insulto barulhento para maldizer desafetos e, ao mesmo tempo, amenizar a ira que consome como sarna a carcaça de qualquer pobre bicho caminhando sobre a Terra. É soltar os cachorros para que eles sejam livres e donos de si. Para que uivem e confraternizem com a matilha. É o Cão que late para perturbar seu santo sossego.  

A banda lançou no fim de 2018 o primeiro EP intitulado This Is Hell We Shall Believe. São cinco faixas e mais uma intro que têm como base o hardcore, mas que passeiam pelo death, thrash, grind, black metal e punk rock. A arte da capa é do tatuador e atual guitarrista do grupo Rafael Giovanoli.

 

Agrupada desde 2016, a Diokane faz um cruzamento de referências do punk/hardcore e do metal que não se atém a classificações tradicionais de música pesada. É cria sem raça definida de gente que curte Napalm Death, Ratos de Porão, Circle Jerks, Snot, Rotting Christ, Ramones, Strife, Motörhead, Converge, Sepultura, Sarcófago, The Stooges e Racionais MC’s.

A formação atual é: Billy Valdez (baixo), Gabriel ‘Kverna’ Mota (bateria), Homero Pivotto Jr. (voz) e Rafael Giovanoli (guitarra).

 

Harmony Fault 

Discrepâncias sociais, guerras, exploração e falta de empatia sempre estiverem presentes no mundo. E esse lado podre se reflete na música. A Harmony Fault, de Lajeado (RS), é justamente cria da sujeira sonora e mundana que assola a sociedade. Ativa desde 2002, a banda pratica um splatter gore encardido de sangue death metal, de vísceras grindcore e até de vícios do rock mais tradicional adaptado ao cenário da música extrema. Em 22 anos percorrendo as entranhas da civilização, o grupo lançou 10 registros, entre álbuns completos — “Rotting Flesh Good Meal” (2011),  “Savage Horror Dementia” (2014) e “Gore Beyond Blood” (2024) —, splits, demos e EPs. Pelos inferninhos da vida, dividiu o palco com outros infames que impregnam o globo com barulho de qualidade, como Stoma, Rot, Agathocles, Gutalax, Pulmonary Fibrosis, Riistetyt e Dead Infection. (De)composta atualmente por Calebe (bateria), Guilherme (voz), Pulga (guitarra) e Monteiro (baixo), a HxFx está divulgando o seu mais recente álbum: “Gore Beyond Blood”.

 

Fonte: Homero Pivetto Jr.