Apresentando um som bem sujo, mesclando sludge, doom e punk, o novo do Mantar, duo composto por Hanno Klänhardt (vocal e guitarra) e Erinc Sakarya (bateria e vocal), começa com “Absolute Ghost”, que evoca um profundo sentimento de isolamento em meio à vida caótica. A letra expressa um estado de desespero, questionando a natureza da vida e a própria existência ao afirmar que “homens mortos não falam”.
Por ter sido gravado por Ryan Williams no esquema “1, 2, 3, 4… Valendo!” no Black Bear Studios, na Flórida, o som mais cru traz uma energia única, que segue em “Rex Perverso”, lançada em videoclipe (https://youtu.be/CKM_eU5Iek8). Musicalmente, por mais estranho que possa parecer, lembra uma mescla de Faster Pussycat na fase “The Power and the Glory Hole” com Amebix, Crowbar, The Melvins, Satyricon e Byzanthian Neckbeard. No entanto, não é só na crueza do punk que há conexão com o debut, “Death by Burning” (2014), pois a capa também é de autoria de Aron Wiesenfeld.
“O último álbum [“Pain Is Forever and This Is The End”, de 2022] foi muito produzido. Um disco com um som enorme, produção limpa. Exibição de poder. Era isso que queríamos e sentíamos naquele momento. Agora estamos tentando destruir o que construímos com o último álbum. Há uma certa beleza em desapontar as expectativas das pessoas”, declarou Hanno Klänhardt. “Nem trouxemos nosso próprio equipamento para o estúdio e apenas usamos o que encontramos lá. Não houve planejamento envolvido na criação deste álbum. Queríamos mantê-lo o mais primitivo possível”, completou.
Hanno define “Post Apocalyptic Depression” como “a sensação que você tem após uma histeria em massa, quando percebe que não haverá salvação. Também pode ser interpretado como a percepção de que as pessoas simplesmente se recusam a aprender. Além disso, é um nome incrivelmente cativante e legal para um álbum que soa exatamente como essas palavras soam.”
O repertório de 35’30” ainda destaca faixas como “Church of Suck”, “Principle of Command”, “Axe Death Scenario”, “Morbid Vocation”, “Two Choices of Eternity” e “Halsgericht” (que significa “Julgamento” em português). Esta última, lançada como single e videoclipe – https://youtu.be/bn7xvOy_r7Q) evoca a imagem de um tribunal, representando um momento de retribuição e verdade, enquanto mergulha em questões de identidade, luta e a busca por um novo significado em um mundo em constante transformação.
Ricardo Batalha
