Os suecos do Crazy Lixx, que estiveram no Brasil no ano passado, apresentam o novo álbum de estúdio, “Thrill of the Bite”. O sucessor de “Street Lethal” (2021) e da coletânea “Two Shots At Glory” (2024) traz Danny Rexon (vocal), Jens Lundgren e Chrisse Olsson (guitarras), Jens Andersson (baixo) e Robin Nilsson (bateria) começando com a adrenalina lá em cima em “Highway Hurricane”. Com mais pegada e ganchos hard maliciosos, “Who Said Rock N’ Roll Is Dead” traz boas vocalizações. Convenhamos, por mais batido que seja, é sempre bom reafirmar que o rock está vivo e ainda forte como forma de expressão cultural e social.
“Pessoalmente, estou muito orgulhoso e feliz com o resultado. A resposta aos singles que lançamos nos dá uma clara indicação de que nossos fãs parecem concordar”, comentou Danny Rexon. Um deles, “Little Miss Dangerous” (https://youtu.be/gviJEDIzhCc), vem na sequência e traz até o sempre bem-vindo cowbell e alguns elementos do Autograph, especialmente nos vocais e coros.
Já “Call of the Wild”, que também saiu como single/clipe (https://youtu.be/2D3Xx7ZUw7w), é uma homenagem ao clássico “The Lost Boys”, capturando a essência da rebeldia e da busca por liberdade, temas centrais na narrativa do filme, que gira em torno da vida de vampiros adolescentes. Neste sentido, ninguém irá superar o que fez a banda finlandesa The 69 Eyes, mas os suecos apresentam a mesma visão sedutora da juventude eterna e da liberdade do estilo de vida vampírico: “Durma o dia todo. Festeje a noite toda. Nunca envelheça. Nunca morra”. Musicalmente, ela vem acelerada e segue mais a linha do The Cruel Intentions, de Lizzy DeVine.
“Recipe For Revolution”, uma das melhores do repertório, e “Run Run Wild” são genuinamente hard rock, trazendo elementos mágicos e característicos dos anos 80. Outra que saiu em single/videoclipe é “Hunt For Danger” (https://youtu.be/N2ek6RhktVQ), que fala da busca por experiências intensas, refletindo uma jornada de autodescoberta marcada pelo medo da rejeição, pela aceitação das próprias imperfeições e pelo desejo de mudança, que muitas vezes culmina em desilusão.
A arte de capa é simples e traz a mesma concepção já usada em “Ruff Justice” (2017). Destaque ainda para o fechamento com “Stick It Out”, outra hardona e com cowbell. Que o Crazy Lixx deixe de lado a ideia de ser “power metal” e siga capturando as raízes nostálgicas do sleaze e hard anos 80, como bem fez em “Loud Minority” (2007) e “New Religion” (2010).
Ricardo Batalha
